Pizzaiolo que matou e queimou corpo de jovem em forno é solto e usa tornozeleira

Do G1 MT

pizzaiolo Weber Melquis Venande de Oliveira, de 28 anos, condenado a 17 anos de prisão por matar e queimar o corpo da jovem Katsuê Stéfane Santos Vieira, de 23 anos, em fevereiro de 2012, em Cuiabá, foi solto na terça-feira (8), após passar por audiência admonitória conduzida pelo juiz Geraldo Fidélis, da 2ª Vara Criminal da capital.

Por determinação do juiz, Weber, que desde fevereiro de 2012 estava preso no Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), foi incluído no Programa de Monitoramento Eletrônico, passando a usar tornozeleira durante o cumprimento da pena em regime semiaberto.

De acordo com a decisão que concedeu a progressão de regime ao reeducando, Weber deverá cumprir com algumas restrições, a fim de não ter o benefício revogado e voltar a cumprir a pena em regime fechado.

Weber é réu confesso e foi condenado, em novembro de 2015, a 17 anos e seis meses de prisão por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Ele foi preso 10 dias depois de cometer o crime. Durante o julgamento, o pizzaiolo disse que era usuário de drogas desde os 16 anos e que consumia o entorpecente quase diariamente e que estava arrependido do que fez.

Restrições

Entre as determinações da Justiça está o recolhimento em sua residência das 20h às 6h, tendo sete dias para buscar emprego ou iniciar um curso, sob risco de ser mantido em prisão domiciliar.

Caso não comprove estar praticando alguma atividade lícita dentro de 30 dias, será reestabelecido o regime mais grave, fechado, conforme determinação do magistrado. Weber também não poderá “frequentar lugares inapropriados, como casa de prostituição, casa de jogos, bocas de fumo e locais similares”, portar armas brancas ou de fogo, ingerir bebida alcoólica ou usar drogas.

Na decisão, o juiz Geraldo Fidélis também afirma que o pizzaiolo não pode se envolver em qualquer tipo de crime e deve comparecer mensalmente no Fórum de Cuiabá para comprovar o trabalho ou estudo do mês e para a fiscalização da tornozeleira.

O crime

Katsuê foi morta a facadas e depois teve o corpo queimado no forno da pizzaria de propriedade do pai de Weber, no Bairro Barbado, na capital. Ela havia conhecido o pizzaiolo em uma boate, no Bairro Alvorada. Conforme a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), ambos teriam usado droga e consumido bebida alcoólica na companhia de outras jovens que se encontravam no local.

Ainda segundo o MPE, por volta de 5h, Weber e Katsue teriam deixado o local para comprarem mais droga e a jovem não foi mais vista. Durante o julgamento, Weber afirmou que quando conheceu a jovem sentiu vontade de matá-la e que, por isso, a chamou para usar drogas na pizzaria do pai dele. A vítima deixou dois filhos.

Na pizzaria onde trabalhava e onde o crime foi cometido, o rapaz teria se armado com uma faca e desferido três golpes contra a vítima, acetando a região do pescoço, o que fez com que a jovem “sangrasse profusamente, chegando a manchar diversas partes da pizzaria”. Na sequência, o réu queimou o corpo da jovem no forno e limpou o local, saindo em seguida.

“Após a vítima perder os sentidos, o denunciado atirou seu corpo no forma da pizzaria e acendeu o fogo. Enquanto Katsue queimava, num ato de extrema lucidez, o denunciado lavou o estabelecimento, demonstrando a sua intenção de não somente impossibilitar a identificação da vítima, como também, de apagar os vestígios do homicídio por ele praticado”, diz trecho da denúncia.

Durante o julgamento, Weber confessou ter empurrado a vítima com uma pá para dentro do forno, colocado mais lenha e ligado o forno. Ele disse que fechou a porta do forno e, enquanto o corpo queimava, tentou lavar o chão, jogando o sangue para debaixo da porta, em direção à calçada – fato este que chamou a atenção de vizinhos, que acionaram a polícia.