Adário era apontado pelo Gaeco como um dos chefes de uma organização criminosa no Norte Araguaia

O assassinato do ex-prefeito de Ribeirão Cascalheira, Adário Carneiro Filho, chocou a região Norte Araguaia. Ele foi atingido com três disparos a arma de fogo, quando parou sua camionete em frente ao fórum da cidade. O político, que também era fazendeiro, chegou a ser socorrido com vida, mas não resistiu aos ferimentos.

Centenas de pessoas acompanharam seu velório e enterro. Mas a morte do ex-prefeito pode estar ligada a disputa por terras. Ele era investigado pelo Gaeco, grupo de atuação e combate ao crime organizado, desde 2005. Sendo considerado pelos investigadores com chefe de um grupo criminoso, apelidado de “Comendador do Araguaia”, numa alusão a João Arcanjo Ribeiro.

De acordo com as investigações iniciais realizadas pelo Gaeco o ex-prefeito de Ribeirão Cascalheira possuía negócios suspeitos com outros policiais, realizando pagamentos milionários aos agentes. Ele chegou a ser preso por porte ilegal de arma, uma delas de uso restrito. Em documentos apreendidos, os investigadores afirmam que existem papéis que demonstram o pagamento a agentes para encobrir os negócios fraudulentos com terras.

Adário apresentava ainda movimentação financeira incompatível com a renda declarada nos anos de 2003 e 2005, segundo o Gaeco. Ele pode ser o segundo político assassinado na região este ano, por envolvimento em disputas de terras. Em Canabrava do Norte, Rubens Fagundes, popular Rubinho, que chegou a ser candidato a prefeito de Porto Alegre do Norte, foi morto a tiros em abril.

Ele estava em sua fazenda assistindo televisão quando um homem chegou pela janela, nas suas costas, e atirou na cabeça dele. Segundo as investigações a morte dele também poderá ter relação com disputas de terras. (Agência da Notícia)