Quase 50 detentos fogem do sistema penitenciário de MT neste ano
Quase 50 detentos fugiram do sistema penitenciário de Mato Grosso, somente neste ano, conforme a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh). Desse total, 25 foram recapturados pela polícia. Na Penitenciária Central do Estado (PCE), emCuiabá, a maior unidade prisional do estado,18 tentativas de fuga foram registradas, o que consiste em média em duas tentativas por mês.
A penitenciária tem capacidade para 850 presos, porém, abriga atualmente dois mil reeducandos. A situação é considerada caótica pelo Sindicato dos Servidores Penitenciários (Sindspen), que aponta problemas de superlotação, estrutura e número insuficiente de pessoas trabalhando no setor.
“Os presos se aproveitam, muitas vezes, da falta de estrutura no sistema prisional e da insuficiência de servidores. Qualquer falha por parte do estado o preso vai aproveitar e fugir. Tivemos esse ano abortadas, somente na Penitenciária Central, no início do ano até agora, 18 tentativas de fugas que os servidores conseguiram impedir. O grande problema é, diante da falta de efetivo, a gente não sabe até quando vamos continuar fazendo esse trabalho”, frisou o presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários, João Batista de Souza.
As fugas foram registradas em Mirassol D’oeste, Cáceres, Nova Mutum, Santo Antônio de Leverger, Juscimeira e Rondonópolis. Em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, um detento fugiu do pronto-socorro municipal após ficar ferido em tentativa de roubo. Já emNova Mutum, 27 detentos fugiram pela porta da frente da unidade e apenas 11 foram recapturados.
“Temos um número de fugas razoável. Foram 47 em todo estado, sendo 27 em Nova Mutum e o restante distribuido em outras unidades. É um número baixo considerando que nós frustramos 41 tentativas de fuga”, pontuou o secretário adjunto de administração penitenciária, Luiz Fabrício Vieira Neto.
O sindicato estima que sejam necessários pelo menos mais 500 servidores para dar conta da demanda. Mato Grosso tem atualmente 2.530 agentes penitenciários que cuidam da segurança dos presídios e fazem escoltas de detentos para atendimentos de saúde e audiências. Saõ 10,5 mil presos no regime fechado. Outros 1.850 são monitorados por tornozeleiras eletrônicas.
O secretário adjunto frisa que o estado deverá contratar mais 800 agentes no inicío de 2016. Destaca ainda que para tentar amenizar os problemas com a superlotação, também deverão ser construídas cinco novas unidades prisionais, sendo duas em Várzea Grande, Sapezal, Porto Alegre do Norte e Peixoto de Azevedo. “O que vai totalizar 2 mil vagas. A maior parte dos projetos está licitado e o início das obras está previsto para o começo de 2016”, concluiu. (Do G1 MT)