Mil decidem continuar em garimpo em busca da riqueza em MT

Mais de duas mil pessoas decidiram permanecer no garimpo ilegal instalado na Serra do Caldeirão, a 18 km de Pontes e Lacerda (483 km de Cuiabá). Enquanto a maioria já deixou a área, os demais ainda têm a esperança de formar uma cooperativa para explorar ouro legalmente na região.

Na pior das hipóteses, continuarão explorando a área até que as forças de segurança comecem a operação de retirada determinada pela Justiça Federal. Em uma reunião realizada no final da tarde de hoje, mais de mil garimpeiros, que já haviam deixado o garimpo, decidiram retornar à área na esperança de uma salvação política para a questão. “Vamos continuar aqui porque sabemos que a polícia vai demorar a montar uma operação para retirar a gente, certo? Acho que pelo menos uns dez dias. Enquanto isso, a gente vai retirando ouro”, disse, por telefone, um garimpeiro que preferiu não se identificar.

O prefeito de Pontes e Lacerda, Donizete Barbosa (PSDB), informou, por meio de assessoria, que sempre foi a favor de se viabilizar uma forma de legalizar a extração de ouro. Segundo a prefeitura, Donizete se reuniu com um dos secretários de Ministério de Minas e Energia, Carlos Nogueira, para conseguir o apoio no sentido de regularizar a extração de minério na região, através de cooperativas.

Por conta da iminente operação de desocupação determinada pela Justiça, o contingente de garimpeiros a caminho da rodoviária da cidade havia aumentado nos últimos dias. Na ordem judicial constava um prazo de dez dias para que todos deixassem o local. A informação é do major Pereira, da Polícia Militar. Segundo Pereira, após o inspetor da PRF, Ailton Antônio, ler a ordem judicial no último domingo (19), a maioria dos garimpeiros começou a intensificar a saída da área.

A assessoria da Polícia Federal confirmou que algumas viaturas já estavam a caminho do garimpo no meio da tarde de ontem (21) com o intuito de averiguar a situação e reforçar a notificação da Justiça Federal. Segundo a assessoria da PF, num primeiro momento os policiais apenas vão verificar qual o real número de pessoas que estão na área para, posteriormente, com auxílio das demais entidades, realizar a desocupação definitiva.

Na última sexta (15), uma reunião com a presença de várias instituições envolvidas no processo de desocupação da área (MPF, Defesa Civil, Sema, PRF, PF, Exército, Gefron, PM e DNPM e conselho tutelar) foi realizada para alinhar as ações. O MPF e Justiça Federal informaram que, a partir dessas reuniões de planejamento, a prioridade será garantir que ocorra uma desocupação de maneira segura e pacífica. (Folhamax)