Casos de dengue em MT cresceram 150,6%

Considerado um ano epidêmico e com alto índice de casos, Mato Grosso encerrou 2015 com 29.396 casos de dengue registrados em todo o estado. O aumento foi de 150,6% em um ano, comparando com o mesmo período de 2014, quando 11.729 casos foram notificados. Os dados estão no boletim epidemiológico da área de Vigilância em Saúde, da Secretaria Estadual de Saúde (SES), que tem reforçado o combate ao mosquito Aedes aegypti, que também transmite o zika vírus e a febre chikungunya. Confira o boletim.

Oito municípios se destacaram pelo aumento de casos de dengue, sendo responsáveis por 53,4% do aumento no estado, são eles: Sinop (3.892 casos), Cuiabá (3.189 casos), Várzea Grande (2.192 casos), Primavera do Leste (1.256 casos), Sorriso (1.245 casos), Campo Novo do Parecis (1.181 casos) e Lucas do Rio Verde (701 casos).

De acordo com o boletim, dos 141 municípios mato-grossenses, 92 ainda apresentaram alta incidência de dengue, com índice superior a 300 casos por 100 mil habitantes em 2015 – que é o preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A incidência registrada no estado foi de 799 casos para cada 100 mil habitantes.

Ainda foram notificados sete óbitos por dengue nos municípios de Cuiabá (02), Matupá, Sapezal, Sorriso, Rondonópolis e Juína. Outras duas mortes seguem em processo de investigação, aguardando o resultado do laboratório.

Trinta e dois municípios tiveram casos de Chikungunya notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), totalizando 207 casos durante o ano de 2015. Entre as cidades que apresentaram mais casos estão Mirassol d’Oeste (41 casos), Campo Novo do Parecis (39 casos) e Cáceres (29 casos). Além disso, 779 amostras foram encaminhadas para o Laboratório Central de Saúde Pública do Mato Grosso (Lacen) para diagnóstico diferencial, dos quais quatro casos foram confirmados, sendo três importados e um autóctone no município de Cuiabá.

Em relação ao zika vírus, 1.815 amostras biológicas encaminhadas ao Laboratório Central de Saúde Pública do Mato Grosso (Lacen) para diagnóstico diferencial. Deste total, 39 amostras foram liberadas com 14 exames positivos: dois de Rondonópolis, um de Tesouro, cinco de Cuiabá, cinco de Várzea Grande e um de Vera. Além das amostras biológicas, 57 municípios notificaram casos de zika vírus no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), totalizando 4.053 casos. Entre as cidades que apresentaram mais casos estão Várzea Grande (1.424 casos), Cáceres (1.024 casos) e Chapada dos Guimarães (250 casos).

Situação ambiental

Outra informação apontada no boletim é que 99% dos municípios mato-grossenses são infestados pelo mosquito Aedes aegypti. “Temos hoje no estado a presença do mosquito em 140 municípios, dos quais 38 encontram-se em situação de alerta, de acordo com o índice de infestação predial”, explica a coordenadora de Vigilância em Saúde Ambiental da SES, Ludmila Sophia de Souza.

Ela pontua ainda que 38% dos municípios ainda não encaminharam as informações referentes ao índice de infestação predial, o que significa que podem estar em risco para epidemia de dengue, chikungunya e zika vírus. “É preciso que esses municípios regularizem o mais breve possível o envio das informações de IIP e tipos de criadouros, tendo em vista que estes indicadores são importantes para a classificação do risco e direcionamento das medidas de controle vetorial”.

Para a coordenadora de Vigilância Epidemiológica, Flávia Guimarães, com o início das chuvas Mato Grosso pode passar por um período mais crítico para surtos e epidemias em relação aos casos de dengue, chikungunya e zika vírus. “Com o período chuvoso temos um aumento do número dos criadouros e condições favoráveis para a proliferação do mosquito Aedes aegypti. Por isso, é esperado um aumento progressivo das notificações dos casos nessa época do ano”, explica a coordenadora ressaltando que as ações de combate e controle devem ser intensificadas, tanto pela população quanto pelos gestores municipais. (Folhamax)