Delegado esqueceu filho em carro para ouvir preso que fugiu da DHPP em dezembro

A Polícia Judiciária Civil informa que a morte do filho do delegado Geraldo Gezoni Filho será apurada pela Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Deddica). A criança de dois anos faleceu na tarde de terça-feira, em Cuiabá.

Conforme o boletim de ocorrência, a equipe de plantão da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) foi acionada para atender ocorrência de liberação de corpo, no Pronto-Atendimento da Unimed, na Rua Barão de Melgaço, na capital. Minutos antes, o delegado Geraldo Gezoni havia entrado em contato com a delegacia e informado que seu filho tinha acabado de falecer e que fossem tomadas todas as providências para a liberação do corpo.

No hospital, os delegados Fausto José Freitas da Silva e André Renato Gonçalves, que responde interinamente pela DHPP, conversaram com o delegado Geraldo Gezoni Filho. Muito abalado emocionalmente, Geraldo Gezoni relatou que por volta das 14 horas de terça-feira estava levando o filho para escola e que a criança dormia na cadeirinha no banco traseiro de seu veículo, quando foi acionado pelos policiais para tomar providências referentes a um preso que precisava ser encaminhado ao presídio.

O preso em questão era Vítor de Almeida Santana, 24 anos. Ele se apresentou a delegacia 32 dias após fugir de uma cela na DHPP.

Vítor é acusado de matar, em julho de 2015, Antônio Carlos Cândido Costa, 43 anos. O crime ocorreu no bairro José Pinto.

O delegado era o plantonista do dia e foi para a delegacia. Ele estacionou o carro no pátio e acabou esquecendo o filho dentro.

Depois de tomar todas as providências, no final do dia, saiu da unidade com a intenção de buscar o filho na escola junto com a esposa. Já no prédio onde o casal mora, a esposa ao entrar no carro percebeu a criança desmaiada.

Eles tiraram o menino na tentativa de reanimá-lo, mas sem sucesso, seguiram para o Pronto Atendimento da Unimed, onde foi constatada o morte. O delegado geral da Polícia Civil, Adriano Peralta Moraes, destacou que toda a instituição está em luto e solidária à dor da família. “Dispensaremos ao doutor Geraldo e sua família todo apoio necessário neste momento de luto, ressaltando se tratar de um excelente profissional que sempre desempenhou suas funções com dedicação e zelo, inclusive no dia do fato encontrava-se trabalhando na hora do almoço”, afirmou.
Peralta ressaltou que o trágico episódio poderia ter acontecido com qualquer pessoa. “No caso específico, isso causou uma tragédia de proporção imensurável para a família. Hoje toda a PJC está recolhida ao luto”, declarou o delegado geral.

A Polícia Civil reforça que todas as providências necessárias estão sendo tomadas para apurar as circunstâncias da morte da criança. (Folhamax)