Mais de 1 mês após morte de jovens, indígenas suspeitos seguem soltos
Mais de um mês após a morte de dois jovens que teriam “furado” o pedágio cobrado pelos índios da etnia Enawenê Nawe, em Juína, os três indígenas apontados como possíveis autores do crime continuam soltos.
O caso ocorreu, em 9 de dezembro do ano passado, e menos de uma semana depois a Polícia Federal já havia identificado os suspeitos e feito o pedido de prisão junto à Justiça Federal.
O processo que inicialmente estava sob responsabilidade da PF, foi remetido à Justiça Estadual que, por sua vez, o remeteu ao Superior Tribunal de Justiça. O STJ deve dizer em qual instância o processo deve tramitar. Agora, à PF cabe apenas executar o mandado de prisão, caso a autorização seja dada.
Paralelo a isso, os familiares das vítimas têm realizado manifestações na cidade para pedir celeridade no processo. Segundo o vereador Sandro Candido da Silva (PT), recentemente eles se reuniram com um juiz federal, que os explicou como funciona o trâmite do caso e garantiu que tudo está dentro da normalidade. “Ele disse que é um trâmite normal, que não está havendo negligência”. Conforme o parlamentar, os familiares não descartam a possibilidade de novas manifestações.
Desde que ocorreram os assassinatos, os índios desta etnia deixaram de frequentar o município por conta da revolta da população. Já o pedágio, realizado em um trecho da BR-174, entre Juína e Rondônia, continua sendo cobrado pelos indígenas.
Segundo o coordenador substituto da Funai em Juína, Adejildo José do Nascimento, todos os encaminhamentos com relação ao crime e ao pedágio foram feitos. “Foge da nossa autonomia. Não tem nenhuma resposta quanto ao pedágio até o momento, mas solicitamos a retirada da cobrança”.
Nos bastidores circula a informação de que os indígenas estariam sofrendo ameaças. Entretanto, tanto a Funai quanto a Polícia Civil informaram que não foram notificadas sobre isso. (RDNews)