Justiça obriga frigorífico a provar que parou de poluir rio de Mato Grosso

A empresa frigorífica JBS deve entregar à Justiça até a próxima terça-feira (23) provas de que parou de poluir o Rio Araguaia, na região de Barra do Garças. O Ministério Público Federal (MPF) acusa a empresa em uma ação por crimes ambientais de despejar resíduos resultantes do abate de animais nas águas do rio. A assessoria da JBS foi procurada pela reportagem, no entanto as ligações telefônicas não foram atendidas.

A ação penal por crimes ambientais movida pelo MPF tramita desde março de 2015 na Justiça Federal. À época em que a ação foi proposta, perícias realizadas pela Polícia Federal (PF) comprovaram a existência de resíduos poluentes na água do Rio Araguaia.

De acordo com o MPF, o frigorífico praticou, durante quase um ano, o despejo irregular de materiais líquidos e sólidos poluentes nas águas do Rio Araguaia. Conforme a ação, a empresa despejou resíduos provenientes da área de abate de bovinos, do curral onde os animais eram abrigados e, ainda, dos veículos nos quais os animais eram transportados.

Desde que a empresa começou a ser acusada pelos crimes ambientais na Justiça Federal, o frigorífico chegou a ser interditado uma vez por constatada prática ilegal.

Conforme o respectivo processo judicial, laudo elaborado pela Secretaria estadual de Meio Ambiente (Sema) apontou que os resíduos depositados no rio haviam passado apenas pela etapa primária de tratamento dentro da planta industrial da JBS e, portanto, ainda eram considerados impuros para descarte. Conforme a norma ambiental, eles deveriam ter passado por uma segunda etapa.

Em audiência agendada para a próxima terça-feira (22), a empresa deverá apresentar ao juiz Francisco Vieira Neto, da Justiça Federal em Barra do Garças, provas de que adotou as medidas necessárias para deixar de poluir o Rio Araguaia. Além disso, o frigorífico deve apresentar à Justiça medidas que garantam o tratamento dos resíduos resultantes de sua atividade industrial na região. (Redação/G1 MT)