Manifestações marcam o primeiro dia de depoimentos contra o promotor Marcos Brant

Manifestações de feirantes, trabalhadores e pequenos produtores rurais marcaram esta terça-feira (16), primeiro dia de oitiva da sindicância que apura denúncias de desvio de conduta e abuso de poder supostamente praticados pelo promotor de Justiça Marcos Brant Gambier Costa, em Barra do Garças. A movimentação começou logo nas primeiras horas da manhã, quando o prefeito Roberto Farias chegou a sede do Ministério Público (MPE) para prestar depoimento.

O primeiro a ser ouvido pelo corregedor-geral adjunto do Ministério Público Estadual, Flávio Cezar Fanchone, foi o prefeito Roberto Farias, que no final de 2015, entregou um abaixo-assinado na Corregedoria-Geral de Justiça com cerca de 3,5 mil assinaturas pedindo providências em relação ao promotor. “Ele age como agente político da oposição, interferindo em assuntos que são de competência do Executivo. Não sou contra o trabalho do Ministério Público, mas que se respeite a independência dos poderes”, disse Beto.

Ainda no primeiro dia, foram ouvidos o presidente da Câmara Municipal, feirantes, moto-taxistas, taxistas, profissionais liberais, empresário e populares que assinaram o abaixo-assinado.

No início da tarde foi a vez dos representantes do Movimento da Luta pela Terra, instante que ouve o maior protesto, com cerca de duzentos trabalhadores rurais e pequenos produtores que cobraram medidas para que possam voltar a produzir e vender sua produção.

“Há alguns meses pedimos providências à Corregedoria pois temos sido penalizados pelas ações deste promotor, que proibiu a comercialização, inviabilizando os pequenos produtores, que não pode mais vender o leite, queijo, frango caipira e diversos outros produtos, que vale destacar, são muito mais saudáveis que os industrializados ou que possuem agrotóxicos, tem nos preocupado e viemos manifestar essa indignação de forma clara, para que pare com essa perseguição aos trabalhadores rurais por parte do promotor Marcos Brant”, disse o Líder do MLT, Jaciel Alves Bueno.

Várias denúncias pesam contra o promotor, algumas, inclusive, formuladas pelo Movimento de Luta pela Terra (MLT), que acusa Marcos Brant de perseguir pequenos produtores que sobrevivem da agricultura familiar com o comércio de produtos vendidos na feira livre, como galinha caipira, ovos, carne de porcos, queijos caseiros, entre outros.

As oitivas prosseguem até o dia 18 e serão ouvidos ainda leiteiros e servidores públicos presos pelo promotor Marcos Brant e outras pessoas que denunciam os abusos cometido nos últimos anos pelo promotor Marcos Brant.