Pai que matou jovem denuncia estupro de filha e é solto
O sitiante Osvaldo Cardoso alegou em seu depoimento a Polícia Civil ter assassinado o jovem Lucas Ferreira Batista, 21, para defender sua filha, uma adolescente de 16 anos. Ele contou ao delegado André Luís Barbosa que a garota foi estuprada e acabou engravidando da vítima.
Lucas foi morto a pauladas ao procurar pelo pai da moça em seu sítio na cidade de Brasnorte (579 km de Cuiabá), na tarde da última sexta-feira (20). Ele teria ido ao local para afirmar que assumiria a criança.
De acordo com o delegado, o sitiante se apresentou com o seu advogado nesta terça e disse que a sua filha engravidou após ser dopada e estuprada numa festa em Campo Novo do Parecis. Ainda de acordo com o depoimento, a moça acordou no outro dia sem saber o que havia acontecido com dores abdominais e nas partes íntimas.
O assassinato aconteceu quando o jovem foi até o sítio do pai da moça dizendo que tinha a intenção de assumir a paternidade da criança. Irritado, o sitiante atirou para o auto com uma espingarda e expulsou o jovem de lá.
Contudo, Lucas retornou ao local e passou a ofender o sitiante. Houve agressões e o sitiante, com um pedaço de madeira, acertou alguns golpes no jovem, que morreu há cerca de 500 metros do local.
O delegado confirmou que existe uma denúncia de estupro sofrido pela filha do sitiante, mas que as investigações não avançaram. Em relação a situação de Osvaldo, sinalizou em indiciá-lo por homicídio doloso.
No entanto, ele descartou requerer a prisão dele, uma vez que o caso enquadra-se em homicídio privilegiado, que ocorre quando o suspeito age sob relevante valor social ou moral. “Eu percebi que é uma família muito correta e antes mesmo disso [do crime] eles já pretendiam assumir a criança e estavam dispostos a criá-la, mesmo sabendo que ela era fruto de uma violência sexual”, afirmou o delegado. (Redação/Folhamax)