Pedro Taques alerta secretários que crise econômica está se agravando e cria Câmara de Gestão
Em reunião com os secretários de Estado, neste fim de semana, o governador Pedro Taques (PSDB) alertou para a gravidade da crise econômica nacional. Na ocasião, foi analisado o cenário macroeconômico da economia brasileira e os impactos que ele tem sobre o estado de Mato Grosso. O encontro foi realizado no Palácio Paiaguás, no sábado (27).
O governador oficializou a criação da Câmara de Gestão para a análise de todas as políticas públicas que o governo vem desempenhando e determinou que ela passe a atuar dentro das secretarias de Estado. Também foi feita uma avaliação de todos os meses de gestão. Os secretário também tiveram oportunidade de falar sobre as dificuldades de suas pastas.
O secretário de Fazenda, Paulo Brustolin, afirmou que a crise nacional, que rebaixou o país no grau de confiança externa, tem repercussões sobre todos os cidadãos. Dessa forma, ele afirma que o Governo de Mato Grosso está preparando uma série de medidas para que possa enfrentar esse momento de dificuldade que o Brasil vive.
“Mesmo fazendo todo o dever de casa, nós não somos imunes. Vemos vários estados brasileiros com dificuldades, que tiveram vários problemas em 2015 e não queremos que isso aconteça aqui. Vamos tomar todas as medidas necessárias para que o Estado se mantenha no trilho e seja um exemplo para a nação brasileira”, declarou Brustolin.
Segundo o Gabinete de Comunicação (Gcom), Mato Grosso recebeu, em 2015, 77% a menos de repasses do governo federal em relação a 2014. Segundo Brustolin, isso torna a situação “dramática”. A falta do repasse do Auxílio Financeiro para Fomento às Exportações (FEX) 2015 por parte do governo Federal, de cerca de R$ 450 milhões, foi cobrado de forma incisiva pelo governador Pedro Taques e seus gestores, mas o Governo Federal ainda não realizou o pagamento. No ano passado, o governo recebeu cerca de R$ 400 milhões referentes ao FEX 2014.
De acordo com o Gcom, um dos pontos de equilíbrio nessa crise foi a criação do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos (Cira), que recuperou R$ 500 milhões de ativos no ano passado, incrementando os cofres do estado. Esse montante foi investido em áreas prioritárias, como saúde, educação e segurança e também para manter os salários em dia.
A manutenção dos salários e o limite de 49% da receita corrente líquida para gastos com pessoal são preocupações centrais do governo de Mato Grosso. Tanto que o governo chegou a negociar com os servidores a fixação de uma nova data de pagamento, que poderia ser até o dia 10 do mês subsequente. Porém diante da forte reação do Fórum Sindical, acabou recuando por enquanto.
A partir de março, uma nova negociação será aberta entre governo e servidores, dessa vez para tratar também da reposição da inflação, que foi de 11,28% em 2015 e tem como data base para reajuste o mês de maio deste ano.
Câmara de Gestão
Com a oficialização da Câmara de Gestão, criada por meio de decreto, os gestores das secretarias de Fazenda, Planejamento e Gestão visitarão as outras secretarias, a partir da próxima semana, levantando os problemas e as dificuldades para que o cumprimento de todas as estratégias que Taques definiu em seu plano de governo.
“É uma forma de agilizar, fazer com que as estratégias que temos no estado de Mato Grosso, na prática, cheguem na ponta. Nós vamos trabalhar para que se tenha mais velocidade nas políticas públicas que o governador Pedro Taques e o vice-governador Carlos Fávaro (PSD) sonham e pretendem implementar no estado de Mato Grosso”, disse Brustolin. (Redação/Olhar Direto)