PMDB de MT defende manutenção da aliança com Dilma Roussef
O diretório estadual do PMDB, presidido pelo deputado federal Carlos Bezerra, deverá se manifestar contrário ao rompimento do partido com a gestão da presidente da República, Dilma Rousseff (PT). A executiva nacional do PMDB se reúne na terça-feira (29) para definir se o partido romperá ou não oficialmente no apoio ao governo federal.
No dia 12 deste mês, o partido estipulou o prazo de 30 dias para decidir a respeito do desembarque no governo federal. Nas últimas semanas, o ato tem sido encarado como um dos primeiros movimentos de articulação do vice-presidente da República, Michel Temer, para assumir o Palácio do Planalto em substituição a presidente Dilma Rousseff, que enfrenta processo de impeachment em andamento na Câmara dos Deputados.
Nos últimos dias, o deputado federal Carlos Bezerra tem evitado comentar o assunto. Porém, em declarações anteriores, já sinalizou que é mais favorável a mudanças na política econômica, em especial uma auditoria na dívida pública, do que a destituição da presidente da República.
O deputado federal Valtenir Pereira, recém-filiado ao PMDB, tem adotado a postura de permanecer “em cima do muro”. Membro da comissão do impeachment, ele tem adotado cautela sobre o assunto, mas analistas nacionais apontam que ele deve manifestar favorável a manutenção da presidente.
Já oficializaram o rompimento com o governo federal os diretórios do PMDB do Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. Numa articulação liderada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), os deputados federais pretendem encerrar o processo do impeachment e submetê-lo a votação até o final de abril.
Se aprovado, a presidente Dilma Rousseff (PT) será afastada do cargo por seis meses. No entanto, o Senado, por maioria simples, poderá rejeitar a abertura do impeachment, conforme definido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Por outro lado, está em andamento uma ação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que requer a cassação da chapa Dilma-Temer por conta do uso de dinheiro desviado da Petrobrás na eleição de 2014, além da prática de caixa 2 de campanha eleitoral. Se aprovado, joga uma pá de cal na pretensão do PMDB em assumir o comando do Palácio do Planalto.
O PMDB tem hoje sete ministros no governo Dilma: Marcelo Castro, no Ministério da Saúde; Celso Pansera, no de Ciência, Tecnologia e Inovação; Eduardo Braga, no de Minas e Energia; Henrique Eduardo Alves, no Turismo; Kátia Abreu, no da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Hélder Barbalho, na Secretaria de Portos da Presidência da República; e Mauro Lopes, na Secretaria de Aviação Civil. Todos eles defendem a permanência, mas Kátia e Castro são os que mais têm se mostrado resistentes em entregar seus cargos em prol da maioria. Mesmo assim, somente seis diretórios devem ser contra o fim da aliança com Dilma e o PT.