Após transplante de medula, mulher de deputado comemora resultado

Após nove meses do diagnóstico de leucemia, a esposa do deputado federal Adilton Sachetti (PSB), Rose Sachetti, de 59 anos, comemorou neste domingo (3) os resultados positivos dos exames de sangue feitos após o transplante de medula óssea, realizado no último dia 17 graças à doação de uma mulher de 31 anos residente na Alemanha.

Rose, que chegou a fazer uma campanha na internet para incentivar pessoas a se cadastrarem no Redome (Relação de Doadores de Medula Óssea), postou um texto e uma fotografia em sua conta no Facebook neste domingo celebrando a adaptação de seu organismo após o transplante.

“Ontem minha medula ‘pegou’!!!! A certeza, tão esperada, veio confirmada pelos exames de hoje. Passei para outra fase da minha luta, agora é a não rejeição”, escreveu Rose, que ainda deve ficar internada em um hospital em São Paulo pelo menos até a próxima quinta-feira.

Rose Sachetti chegou a ficar cerca de cinco meses à procura de um doador de medula óssea compatível. Não foi encontrado doador no Brasil, mas a rede internacional de doadores – à qual o Sistema Único de Saúde (SUS) é interligado – encontrou duas pessoas – um jovem de 21 anos e uma mulher de 31 – na Alemanha.

Após uma bateria de exames, a mulher de 31 anos foi selecionada. Na Alemanha, ela teve 50 ml de sua medula recolhidos na manhã do último dia 15. O material chegou ao Brasil e na manhã do dia 17 Rose já foi submetida ao transplante, recebendo as células-tronco da doadora alemã em São Paulo.

Os exames a que Rose se referiu na postagem na internet são testes que verificam o funcionamento da medula, feitos após o transplante. Conforme o resultado, a medula “pegou”, pois está em pleno funcionamento, produzindo componentes do sangue, como as plaquetas: foram constatadas cerca de 142 mil no sangue de Rose (em qualquer pessoa, esse número geralmente varia de 150 mil a 400 mil).

Nova etapa

Agora, Rose deve seguir tomando alguns medicamentos para fortalecer sua imunidade e ainda deverá ser acompanhada por médicos, com exames regulares, por cerca de quatro meses em São Paulo, para avaliar se seu organismo emite qualquer sinal de rejeição. Em cerca de um ano ela deverá retomar suas atividades normais, sem necessidade de acompanhamento. Esta não é a primeira vez que ela enfrenta um câncer (em junho de 2012, superou um câncer de mama de nível 5).

“Olhando pra trás, acho que tudo fica pequeno diante do que já passou. E, olhando pra frente, fica tudo fácil pela quantidade de mãos que sei que irei encontrar para me ajudar nesta nova fase”, registrou Rose na internet este domingo, agradecendo às pessoas que a ajudaram no tratamento e a sua doadora anônima, a quem se referiu como um “anjo, que lá de longe me enviou um pouco do seu sangue”.

A idade, o sexo e o país da doadora são as únicas informações de que Rose e sua família dispõem. Após 18 meses do transplante o sistema internacional de doadores deverá perguntar à doadora se ela permite ter sua identidade revelada para a receptora.

Em Mato Grosso, o Redome conta com mais de 22 mil doadores cadastrados (o número ainda precisa ser atualizado, pois aumentou após a campanha feita por Rose na internet). Para se cadastrar, basta se deslocar até o Hemocentro para colher uma pequena amostra de sangue e manter dados de contato e endereço atualizados. A página oficial do Hemocentro de Mato Grosso tem mais detalhes para quem quer se tornar um doador. (Do G1 MT)