Ex-prefeito Wanderlei Farias é alvo de investigação da Polícia Federal
A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira a “Operação Ultimatum”, com o objetivo de combater crimes de gestão fraudulenta, associação criminosa, falsidade ideológica e corrupção passiva, que teriam sido cometidos, em princípio, por agentes públicos e outros autores a serem confirmados. Cerca de 24 policiais federais participam da ação em Barra do Garças.
Estão sendo cumpridos dois mandados de busca em apreensão e três mandados de condução coercitiva. A PF também cumpre um mandado de condução coercitiva na cidade de Uberlândia.
A investigação aponta que gestores públicos desviaram de forma fraudulenta cerca de R$ 6 milhões do Fundo Municipal de Previdência Social dos Servidores de Barra do Garças (Barra Previ), aplicando o valor num fundo de investimento notoriamente deficitário, o Adinvest, conforme publicação do Banco Central e da Comissão de Valores Imobiliários (CVM).
Tal investimento foi realizado cerca de um mês antes do término do mandato de um ex-prefeito, após a derrota de sua candidata nas eleições municipais. A operação ocorreu sem as formalidades legalmente impostas.
Os mesmos não possuíam a legitimidade para a aplicação dos valores, mas sim, o Secretário de Administração. Não foram realizadas as consultas necessárias ao Comitê de Investimento e Conselhos de Administração Fiscal e a respectiva Autorização de Aplicação e Resgate também não foi assinada, conforme determina a lei complementar municipal que rege a matéria.
No intuito de ocultar a fraude, os agentes públicos ainda fizeram o valor desviado transitar por diferentes contas bancárias até a definitiva aplicação ruinosa, fazendo declarações falsas no último balancete antes do término do mandato. Eles afirmaram que o valor de R$ 6 milhões se encontrava nas contas do Barra Previ.
Tal aplicação já causou um prejuízo de cerca de R$ 2 milhões ao fundo, impossibilitando que a entidade retire o dinheiro aplicado com o fim de evitar maiores prejuízos.
Policiais constataram que o esquema é semelhante ao apurado na Operação Miqueias. Autoridades municipais realizam investimentos em “fundos podres” por meio de agências financeiras cúmplices nas fraudes, rendiam por volta de 10 a 15% aos gestores municipais do dinheiro indevidamente aplicado.
Desta forma, policiais acreditam que o ex-prefeito e sua tesoureira obtiveram vantagem entre R$ 600 mil a R$ 900 mil. Eles devem responder pelo crime de corrupção passiva.
O termo em latim ultimatum é o nome dado ao conjunto das últimas exigências, propostas ou condições que um estado apresenta a outro e cuja não aceitação implica declaração de guerra ou a exigência feita durante o estado de guerra, por um chefe militar, no sentido de conseguir a rendição imediata do inimigo, sob ameaça de alcançá-la por meios violentos. O termo é usado por extensão a qualquer declaração final e irrevogável para satisfação de certas exigências. (Assessoria/PF)