Quase 300 índios de aldeias Xavante em município de MT têm tuberculose

Nas aldeias da etnia Xavante da região de Campinápolis, a 565 km de Cuiabá, onde vivem cerca de 10 mil índios, 180 casos de tuberculose foram registrados no ano passado e, nos primeiros três meses deste ano, já são 129 notificações da doença, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. O número é alarmante, segundo o coordenador do Distrito Sanitário de Saúde Especializado Xavante, Joel Góes.

Somando os dados dos últimos cinco anos, são 390 registros de tuberculose em índios adultos e crianças. O número disparou entre 2010 e início de 2016. Em 2010, foram apenas cinco casos da doença e, no ano seguinte, 34. Já em 2014, ano em que o país sediou a Copa do Mundo, 42 indígenas de mais de 40 aldeias Xavante foram diagnosticados com tuberculose. Não há confirmação de morte em consequência da doença.

Em busca de um mutirão para atender os pacientes, o coordenador do Distrito Sanitário foi a Brasília no mês passado e procurou os representantes do Programa Nacional de Controle da Tuberculose. Numa reunião, propôs a realização de uma ação mais intensa de combate à doença nas aldeias. A intenção, segundo ele, é que esse mutirão fosse realizado neste mês de abril, quando se comemora o Dia do Índio.

“O tratamento da turberculose é delicado porque é feito direto na aldeia. O indígena não toma os medicamentos da forma devida, nos horários certos, o que prejudica o tratamento”, explicou Joel.

Ele afirmou que uma equipe do Ministério da Saúde deve fazer um levantamento dos casos nas próprias aldeias, coletar material para refazer os exames naqueles que já estão há algum tempo com a doença e capacitar os profissionais do município para lidar com a tuberculose.

Os dados regionais de tuberculose, inclusive entre índios, não são compilados pela Secretaria Estadual de Saúde. O órgão informou que as informações são levantadas com os próprios municípios. Desse modo, não há como infomrar o número de casos já registrados no estado. (Do G1 MT)