Homem morre após resistir a abordagem de políciais militares; possíveis abusos são investigados
lhar Direto
Após resistir a prisão durante uma abordagem da Polícia Militar (PM) e entrar em luta corporal com dois policiais, um homem identificado como Francimar Moura de Jesus, de 24 anos, morreu a caminho da delegacia de Santa Terezinha, no domingo (27). A situação é investigada pela Polícia Civil, que irá apurar se houve excessos por parte dos militares e se eles teriam responsabilidade pelo óbito. Para um melhor andamento da investigação eles foram afastados e estão em uma cidade vizinha.
De acordo com o delegado responsável pelo atendimento da ocorrência, Valmon Pereira da Silva, até o momento não há indícios de que o jovem tenha sido assassinado ou sofrido abusos. Ele explica que o corpo não apresentava marcas de graves ferimentos e que a vítima foi encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML), de Confresa (1149 km de Cuiabá), onde serão realizados exames complementares, que auxiliarão nas investigações.
“A apuração ainda está muito prematura porque a situação é recente. Nós já ouvimos testemunhas, o médico, enfermeiros e os dois policiais envolvidos. Ainda vamos colher as informações de familiares, mas precisamos respeitar o momento de luto. Também foram solicitados, dentre outros, exames toxicológicos e de embriaguez. Os resultados da perícia podem demorar até 30 dias para sair, portanto ainda é cedo para dizer se houve irregularidades na ação.”
Segundo testemunhas, o desentendimento teve início depois da prisão de seu irmão, por embriaguez ao volante. Transtornado com a situação, o jovem teria chegado a agredir os policiais, que conseguiram imobilizá-lo e levá-lo à delegacia e posteriormente ao hospital, para a realização dos exames de corpo de delito. No local ele voltou a se mostrar agressivo e oferecer resistência, inviabilizando o atendimento médico. Diante disso, os militares retornaram com o preso à delegacia.
Cerca de 10 minutos depois, quando chegavam à unidade, os policias perceberam que Francimar não apresentava sinais vitais, retornando com ele ao hospital. No local uma equipe de saúde tentou reanimá-lo, mas não obteve sucesso. “Até o encaminhamento ao hospital não parece ter havido irregularidades. Este é o procedimento padrão pra este tipo de caso. Ele tinha algumas marcas no rosto, mas tudo aponta que foram feitas durante a tentativa de reanimação. Embora não houvesse outros sinais visíveis, só a perícia poderá determinar o que realmente houve”, disse Valmon.
A Polícia Militar informou que o Tenente Coronel Joel Outo Matos, do 10º Comando Regional de Vila Rica, responsável pela região, instaurou uma sindicância para apurar a ocorrência e afastou os envolvidos. A medida foi adotada para evitar que a população se sinta inibida durante as investigações e também para garantir segurança dos policiais. A instituição alega que os dados colhidos até agora confirmam a extrema agressividade da vítima, mas que outras testemunhas, inclusive familiares ainda serão ouvidos antes que conclusões sejam divulgadas.