Com projeto ecológico, estudante de Barra do Garças é finalista de prêmio internacional
Do G1 MT
O projeto da estudante Kemilly Barros Virissimo, de 17 anos, moradora do município de Barra do Garças, está entre os finalistas de uma competição científica internacional. O trabalho da jovem utiliza o talo de buriti [planta natural da América do Sul] para produzir produtos como bandejas de isopor, por exemplo. O anúncio do campeão na categoria em que a jovem concorre será feito na próxima segunda-feira (18).
A mato-grossense está inscrita na categoria ‘Impactos na comunidade’, cujo prêmio ao vencedor será uma ajuda de custo de mil dólares, um ano de monitoria de uma organização científica e ainda uma viagem para a Califórnia, onde será realizada a festa de premiação.
Kemilly é finalista do Google Science Fair, que tem como objetivo premiar projetos científicos de campos como a eletricidade e eletrônica, química, física, ciências comportamentais e sociais, astrofísica e biologia produzidos por jovens entre 13 e 18 anos.
A jovem é estudante do 3º ano do ensino médio e estuda na Escola Estadual Professora Maria Lourdes Hora Moraes. Ela concorre com adolescentes do mundo inteiro e soube que seu nome estava entre os finalistas da América Latina na última terça-feira (12), quando o site da empresa publicou a informação. Para ela, a sensação foi a melhor possível.
“Eu fiquei muito feliz e bastante ansiosa também. Mas eu tenho a certeza que o mais importante de tudo isso foi ter participado do projeto. Mesmo se eu não ganhar eu já ficarei tranquila e com a sensação de dever cumprido”, relatou.
O orientador da estudante, Márcio de Andrade Batista, explicou que a ideia ainda não tem teores práticos e comerciais e que esse pode ser o próximo passo do trabalho, dependendo do andamento do projeto.
Kemilly reutilizava pedaços de cana para produzir materiais recicláveis. A ideia do professor foi adaptar a ideia à relidade. “O buriti é típico da nossa região e vimos que as vantagens seriam tanto na sustentabilidade do produto final”, explicou.
A jovem, que já participou de eventos como o Premio Jovem Cientista, diz ter sido incentivada a pesquisar com a ajuda dos professores.“Se surgir uma ideia, um projeto que você goste, participe. Trabalhe bastante, pesquise e não desista”, afirmou.
Orientador
O professor orientador da jovem, Márcio de Andrade Batista, leciona engenharia na UFMT em Barra do Garças e foi nomeado, no final do ano passado, ao prêmio internacional Global Teacher Prize. O feito, inédito para um brasileiro, foi alcançado a partir de uma pesquisa do acadêmico que utiliza uma farinha feita de uma castanha que podia ser utilizada como complemento alimentar para atletas de alto desempenho.
Sobre a oportunidade de auxiliar um trabalho de uma jovem que recebe reconhecimento mundialmente o docente revela ser uma honra inigualável.
“Para nós, professores, é um motivo de orgulho enorme ver que um aluno seu, que concebeu e trabalhou na ideia, ser reconhecido por isso. Ele acaba virando um espelho para os outros jovens, como é o caso da Kemilly, que hoje em dia virou uma referência. Saber que você contribuiu com o sucesso de um aluno não tem preço”, afirmou.