Motorista de laticínio é preso suspeito de adulterar leite com água
dO g1 mt
Um motorista de uma empresa de laticínios foi preso suspeito de aplicar um golpe financeiro na empresa que trabalhava, na região de Canabrava do Norte, a 1.132 km de Cuiabá. De acordo com a Polícia Civil, o irmão dele e as mulheres dos dois também estavam envolvidos no esquema. O grupo fraudava leite colocando água e conseguia tirar proveito financeiro disso. O prejuízo na empresa pode passar de R$ 350 mil. A prisão do motorista ocorreu na noite de sexta-feira (29) e o golpe foi divulgado pela polícia neste domingo (31).
Segundo o delegado Marcello Maidame, o motorista, identificado como Cristiano Carlos de Souza, de 32 anos, era responsável pela coleta de leite nos resfriadores conveniados ao laticínio, além de também ser fiscal do produto. Ele foi preso em flagrante entregando leite adulterado com água. O golpe ocorria desde 2012.
“A empresa nos procurou informando que fez uma auditoria interna e verificou que duas clientes que eram fornecedoras de leite, nesse período de seca, não tiveram nenhum tipo de redução [na produção e entrega de leite], enquanto todos os fornecedores tiveram a redução no período de estiagem”, explicou o delegado ao G1.
O irmão do suspeito, Carlos Augusto de Souza, de 27 anos, trabalhava na mesma empresa e tem envolvimento direto no golpe, conforme Maidame. “Eles [responsáveis pela empresa] foram apurar sobre essas duas clientes e descobriram que um caminhão estava com altos índices de água. A empresa descobriu dois nomes da lista de produtores que não tinham chácara, sítios ou animais, e há três anos eram clientes. Essas duas pessoas eram esposas dos dois funcionários”, declarou o delegado.
Depois de descobrir que as duas mulheres tinham uma empresa fictícia, a polícia passou a monitorar o motorista, as duas suspeitas e o outro funcionário. Constantemente as falsas fornecedoras recebiam depósitos bancários da fraude.
“Os dois irmãos confessaram o golpe. Disseram que faziam isso há mais de três anos e usavam o dinheiro para manutenção do próprio caminhão e em terrenos. As duas mulheres afirmam que não sabiam [do esquema]. O prejuízo para a empresa pode ser superior a R$ 380 mil”, disse o delegado. A Polícia Civil não acreditou que as duas mulheres não tinham conhecimento do golpe. O delegado representou pelo sequestro de bens dos envolvidos.
O grupo vai responder por estelionato, crime contra as relações de consumo e associação criminosa. O motorista, único preso em flagrante, foi encaminhado para a Cadeia Pública de Porto Alegre do Norte, a 1.143 km de Cuiabá.