Exame deve apontar se criança achada morta em caixa foi espancada em MT

Do G1
Um exame deve apontar as causas da morte de uma criança de 2 anos, encontrada morta dentro de uma caixa de papelão no domingo (18) na cidade de Primavera do Leste, a 239 km de Cuiabá. O pai e a madrasta da criança foram presos suspeitos da morte da menina e tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça nesta segunda-feira (19).

O corpo da criança foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML). O exame, que não tem prazo para ficar pronto, deve indicar se a menina foi espancada até a morte, se existiam históricos de outras lesões ou substâncias no corpo da criança que poderiam causar a morte.

Lenilson Barbosa de Souza, de 25 anos, e Katia Cristina de Almeida Lopes, de 27 anos, são suspeitos de assassinar a criança e confessaram informalmente o crime, segundo a Polícia Civil.

Eles foram presos na cidade de Água Boa, a 736 km de Cuiabá. A madrasta disse às autoridades que Lenilson se irritou depois que a menina fez cocô nas roupas e na cama e agrediu a filha.

A mãe da menina, de 19 anos, que tinha a guarda da filha, permitiu que a menina fosse passar uns dias com o casal.
O juiz Alexandre Delicato Pampado, da 1ª Vara Criminal de Primavera do Leste decretou a prisão preventiva do pai e da madrasta de uma menina de dois anos. A prisão preventiva dos suspeitos foi solicitada pelo delegado Raphael Diniz Garcia. Na decisão, o magistrado afirmou que são fortes os indícios de autoria do homicídio e da ocultação do cadáver pelo casal.

Conforme a Polícia Civil, o casal ainda deu um remédio contra dor para a criança e colocou a menina para dormir. Depois que perceberam que a menina tinha morrido, decidiram colocar o corpo da criança em uma caixa de papelão.
O corpo da menina foi colocado dentro de um saco plástico e enrolado em um lençol. O casal deixou a caixa em uma área verde nos fundos do loteamento e fugiu para Goiânia. O pai foi levado para o presídio de Água Boa. A madrasta foi encaminhada para a cadeia feminina de Nova Xavantina, que fica a 80 km de Água Boa.

A mãe da criança, conforme a delegada que investiga o caso, Luciana Casaverde, está totalmente abalada. “Eles [a mãe e o pai da criança] namoraram por três meses, nunca foram casados. Quando ela engravidou eles já tinham se separado. O pai passou a ter contato com a filha depois que ela cresceu”, explicou a delegada.

Lenilson buscava a filha e passava alguns finais de semana com a criança, sempre que era possível.

No entanto, a mãe tinha dificuldades em falar com a filha pelo telefone nas ocasiões em que Lenilson levava a criança. “Ele praticamente não a deixava falar com a criança. [Em uma ocasião] Ele encaminhou uma foto e a menina estava com o olho roxo. O pai disse que ela tinha caído”, detalhou a delegada.