Começa neste domingo horário de verão; Barra se ajusta ao resto de MT

FA/RDNews

A partir das 0h deste domingo (16) terá início nos Estados das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul o horário de verão. Os relógios terão que ser adiantados em uma hora em Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Espírito Santo e Distrito Federal. Em Barra do Garças, na divisa de Mato Grosso e Goiás, os ponteiros ficarão inalterados e passam a seguir o horário do Estado, fato que acontece a cada 12 meses.

A decisão de não mexer nos relógios e se “ajustar” ao horário de Mato Grosso foi uma alternativa criada, em 1998, para não mudar a rotina dos moradores e do comércio local, evitando “efeitos colaterais” que a mudança de horário causa nas pessoas. A cidade, que segue culturalmente o horário oficial de Brasília, criou o que se batizou de “horário alternativo”, embora os ponteiros se coincidem com o resto do Estado neste período.

Nessa sexta (14), o prefeito Roberto Farias baixou decreto que adota o horário de Mato Grosso no município, que regulamenta, a partir de amanhã, o funcionamento de repartições públicas, escolas, comércio e indústria, de acordo com os relógios da Capital. “Se o município continuar adotando o horário de Brasília, ficará defasado ao horário comercial e a adoção do horário de Mato Grosso será a melhor forma de adaptação da comunidade em geral”, justificou.

Economia

O horário de verão começa na virada de sábado para domingo e vai durar até 19 de fevereiro de 2017. Neste período, o governo federal estima economizar R$ 147,5 milhões, valor que representa o custo evitado em despacho de usinas térmicas por questões de segurança elétrica e atendimento à ponta de carga no período de vigência do horário.

Nos últimos 10 anos, a medida tem possibilitado uma redução média de 4,5% na demanda por energia no horário de maior consumo e uma economia de 0,5%, o que equivale em todo o período do horário de verão, aproximadamente ao consumo mensal de energia de Brasília, com 2,8 milhões de habitantes.

Redução em MT

Em Mato Grosso, o horário de verão 2015/2016 gerou uma redução de 4,64% na demanda de energia elétrica no horário de ponta (18h às 21h). De acordo com dados do Departamento de Operação da Energisa Mato Grosso, a queda da demanda verificada no Estado foi de 52,82 megawatts no horário de pico.

O consumo de energia no Estado também apresentou redução dentro do esperado, que é de 0,5% a 1% em todo o país. Nos 126 dias estimados neste período, o índice alcançado foi de 0,85%, equivalente a uma economia de 27,4 mil megawatts-hora, suficiente para atender Primavera do Leste por 2,4 meses ou Chapada dos Guimarães por 10 meses.

Barra do Garças

A criação do horário alternativo de verão em Barra do Garças partiu de uma pesquisa realizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) em 1998, quando a cidade também seguia Brasília. À época, a entidade fez uma consulta aos associados e à comunidade, e mesmo com manifestações contrárias de alguns setores, prevaleceu a vontade da maioria e a conclusão de que se deveria seguir o horário de Mato Grosso, fato que já ocorre há 18 anos. A mudança hoje é algo impensável.

Além dos lojistas, a ideia contou também com o apoio dos comerciários, que optaram pelo novo horário justamente por não terem que alterar a diária, ou seja, o organismo não sofreria tanto efeito caso fosse necessário adiantar os relógios em uma hora. “Foi uma ótima ideia que acabou por influenciar também outras cidades, como Pontal do Araguaia e Aragarças em Goiás, que seguem Barra do Garças. O efeito depois foi cascata”, disse o ex-presidente da CDL, José Alves Piedade, que apoiou a iniciativa em 98.

Em 2013, 32 municípios da região do Vale do Araguaia acompanharam o município e não alteraram os ponteiros, coincidindo com o horário de Mato Grosso, já que todos, pelo fator divisa com Goiás, também seguiam o horário de Brasília e seriam prejudicados. O horário de verão no Brasil foi criado entre 1931 e 1932, no entanto, nesse período ocorreram intervalos e mais recentemente, em 2008, passou a vigorar por meio do decreto nº 6.558, passando por revisões.