5 depõem sobre afogamento de bebê em caixa de água
Gazeta Digital
Investigação que apura afogamento de recém nascida em caixa de água na cidade de Altos da Boa Vista avança e cinco pessoas da família já foram ouvidas, incluindo um menino de oito anos, irmão da bebê Maria Júlia. A mãe, de 26 anos, o pai, a avó e uma tia também prestaram depoimentos. O depoimento da mãe durou cerca de duas horas.
Caso chocou a cidade na última sexta-feira (27), quando a menina de três dias de vida sobreviveu após ficar submersa em uma caixa d’água. O delegado Valmon Pereira da Silva, coordena as investigações e diz que ainda é cedo para se chegar a alguma conclusão e novos depoimentos devem ocorrer durante a semana. O prazo para finalização do inquérito policial é de 30 dias.
Segundo o delegado, cerca de 10 minutos antes dos fatos o pai da criança, um trabalhador braçal de 40 anos saiu de casa. Foi seguido pela cunhada, poucos minutos depois. O meio irmão da vítima, de oito anos, já estava na casa da vizinha.
Então a mãe disse ter deixado a criança na sala da residência e foi ao banheiro. Neste intervalo de tempo a criança foi jogada no reservatório de água, localizado na parte externa da casa, precisamente na varanda.
A tia retornou e ao não achar o bebê entrou em desespero e foi procurar ajuda na Polícia, acreditando que a criança havia sido sequestrada. O delegado salienta que tão logo os policiais chegaram ao local e se depararam com a situação iniciaram as diligências no bairro para tentar localizar qualquer pessoa suspeita de ter invadido a casa e praticado o ato. Mas não obtiveram qualquer informação.
O fato ocorreu por volta das 15h, em uma casa localizada cerca de 300 metros do quartel da Polícia Militar da cidade. Uma tia da criança correu até o local no momento em que um efetivo de 15 policiais se preparava para iniciar uma operação integrada com a Polícia Civil na cidade de pouco mais de 6 mil habitantes.
Um grupo de PMs correu até a residência e ao chegar se deparou com a criança, desfalecida, nos braços do pai. Graças a ação do tenente Marcelo de Oliveira Conde, que aplicou a técnica “Heimlich” para expulsar a água do pulmão do bebê, colocando-o de cabeça para baixo, a menina sobreviveu e teve alta médica no mesmo dia.
O tenente Marcelo, que comanda a Companhia Independente da PM de São Félix do Araguaia (1.200 km a nordeste), disse que não esperava usar tão cedo a técnica que salvou a vida da pequena Maria Júlia. Ele passou pelo Estágio de Capacitação de Socorrista do Corpo de Bombeiros entre os dias 17 e 21 de outubro do ano passado, onde aprendeu a manobra.
Salienta que a técnica precisa ser aplicada com precisão para ter resultado, como ocorreu com a recém nascida. Pelas condições que a encontrou, no colo do pai, acredita que ela ficou submersa entre 7 e 10 minutos. O alívio só veio quando a criança começou a chorar, no saguão da unidade de pronto-atendimento da cidade, localizado cerca de um quilômetro da casa onde ocorreram os fatos, para onde foi levada em uma viatura. O tenente garante que foi uma grande emoção para ele e todos os policiais que participaram do salvamento.