Jovem de Barra espera 2º doador após transplante de medula sem sucesso
A bióloga Nádia Andrade, de 31 anos, que sofre de leucemia, precisa urgentemente de um transplante de medula óssea. Moradora de Barra do Garças, ela já chegou a fazer o procedimento com material doado pelo pai, mas a cirurgia não teve sucesso porque a compatibilidade era de 50%. A esperança surgiu em dezembro de 2016, quando foi informada pela médica que havia um doador 100% compatível. Mas, desde então, a jovem alega que não teve mais informações sobre o assunto e diz estar agoniada por isso.
“A Central de Transplante de Belo Horizonte me disse para enviar as amostras de sangue e o doador faria o mesmo. Mas até hoje não sei se conseguiram falar com ele, se ele aceitou, se ele recusou. Ou, até mesmo, se conseguiram encontrá-lo”, disse Nádia. “Não tenho previsão nenhuma em relação a essa doação. E não posso mais esperar”, falou.
A bióloga conta que gostaria de saber mais informações sobre o doador compatível, mas que foi informada pelos médicos e pelo Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea) que esse tipo de informação não pode ser repassado.
A jovem está com o baço aumentado, sente fraqueza e está com manchas roxas pelo corpo. “A doença avançou. Eu já fiz todas as terapias possíveis no Brasil. Quando vim fazer consulta em novembro em São Paulo e já me disseram que eu ia precisar fazer outro transplante”, disse.
Nesta semana ela tem consulta com um médico em São Paulo e, em dez dias, deve ser internada já para fazer o transplante. Se a operação não for feita com o doador 100% compatível, a solução será a doação da medula da própria mãe que, assim como o pai, tem compatibilidade de 50%.
“O risco de não dar certo é enorme. O risco de morte é muito alto se eu fizer com minha mãe. Mas, eu não tenho outra saída. Não posso mais esperar pelo doador que seja totalmente compatível”, declarou.
Numa tentativa de tentar mobilizar o doador compatível, mesmo sem ter informação alguma sobre essa pessoa, a bióloga começou uma campanha no Facebook. A intenção dela também é que as pessoas cadastradas para serem doadoras possam atualizar sempre os dados cadastrais para que sejam localizadas. Até a tarde desta segunda-feira (20), a publicação havia sido compartilhada 1.363 vezes.
“No dia 26 de dezembro, minha médica entrou em contato comigo e me deu essa maravilhosa notícia. O REDOME pediu que eu enviasse umas amostras do meu sangue para Belo Horizonte-MG, para que fossem feitos exames complementares comigo e o possível doador. (…) Ele deveria fazer o mesmo: enviar suas amostras para o mesmo local. Mas ele sumiu. O doador sumiu…(…)”, diz trecho da publicação na página pessoal da bióloga.
A jovem diz ainda que a situação é de impotência. “Sabe, eu preferiria não saber que tenho um doador 100℅ compatível, e saber só quando a bolsa com a medula estivesse conectada a mim. Porque é um desespero tão grande. Sensação horrível gente. Ter sua vida nas mãos de alguém que você não sabe nem quem é e não sabe por quê ainda não apareceu”, diz outro trecho do post no Facebook.
Na rede social, ela pede que a postagem seja compartilhada porque ela precisa “achar esse doador” e também reforça a importância de que o cadastro no Redome seja sempre atualizado pelos candidatos a doação de medula.
Fonte: Do G1 MT. Atualizado em 20/02/2017, 16h01.