Mãe suspeita de novo caso da Baleia no Araguaia e entrega celular da filha à polícia

Olhar Direto

O celular de uma estudante de 16 anos com mensagens e orientações sobre ações suicidas foi entregue à Polícia Civil em Vila Rica para ser periciado. A informação é do tenente Reginaldo Nosella, que coordena as ações da 1ª Companhia da Polícia Militar na cidade.

Ao site ele explicou que desde a morte da estudante Maria de Fátima Oliveira, de 16 anos, na semana passada em razão do desafio da Baleia Azul, a PM passou a desenvolver um projeto preventivo, tendo como público alvo estudantes da rede pública. A série de palestras iniciou-se pela unidade escolar onde Maria de Fátima estava matriculada.

Durante a manhã de hoje, em palestra na Escola Estadual Maria Esther Peres, ele foi informado pela direção da unidade quanto ao comportamento estranho de uma jovem, que, inclusive havia retalhado em sua perna uma Estrela de Davi (estrela formada por dois triângulos sobrepostos).

Em razão da situação, familiares da menina foram acionados e compareceram até o estabelecimento. Após o desbloqueio do aparelho celular foram encontrados vídeos e orientações sobre o suicídio.

“Também encontramos mensagens orientando sobre com proceder para fazer a estrela na perna”, relatou ao Olhar. As mensagens, explica ele, foram encaminhadas através de um número celular que não pertence ao estado de Mato Grosso. “Levamos a mãe até a delegacia e ela entregou o aparelho para ser periciado”.

Ainda na semana passada, por meio de uma denúncia, os policiais militares descobriram dois grupos de WhatsApp, que incentivavam a prática do suicídio. “Tinha DDD de todo o país”, diz.

No decorrer da semana, ainda conforme o policial, serão realizadas palestras para turmas de estudantes do 1º e 2º ano do ensino médio. Já na próxima terça-feira, 18, será a vez dos alunos matriculados na Escola Estadual Vila Rica.

Em texto sobre o desafio do jogo Baleia Azul, a Polícia Militar reafirma que pais de crianças e adolescentes devem ficar atentos. Desenhos com faca ou gilete no corpo, passar horas ouvindo músicas psicodélicas e ‘virar’ a noite assistindo filmes de terror são alguns dos desafios propostos. Investigação. Ele informa ainda que induzir, instigar ou auxiliar o suicídio é crime.

Ao site, o delegado André Rigonatto, que está a frente da investigação da morte da estudante Maria de Fátima, informou que mídias pertencentes à estudante foram apreendidos e enviados para perícia em Cuiabá. A medida visa identificar os curadores dos grupos de incentivo ao suicídio.

Para a coordenadora da Regional Centro Norte do Centro de Valorização da Vida (CVV), Isaura Titon, a observação dos familiares e dos amigos é fundamental para a prevenção ao suicídio. “Muitas vezes os adolescentes buscam um aceitação de outro grupo. Nossa orientação é de que a família faça essa acolhida, que amplie o diálogo, que fortaleça as relações”, assevera.