Eduardo Moura responde ação em SP por sonegação de R$ 45 milhões

RDNews

A pedido do Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo, a Justiça Federal instaurou uma ação penal contra o empresário Eduardo Moura por sonegação fiscal. A dívida é superior a R$ 45 milhões.

Moura é o atual presidente da Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Estado de Mato Grosso (Ager-MT) e sócio-administrador da Iramaia Agropecuária. A empresa sediada na capital paulista deixou de pagar diversos tributos em 2005 a partir de movimentações financeiras irregulares e omissões nos registros contábeis.

A denúncia do MPF baseou-se em investigação da Receita Federal, que identificou a responsabilidade de Moura e, em 2015, calculou e consolidou a dívida milionária do empresário, ato denominado constituição de crédito tributário. O montante envolve valores sonegados de Imposto de Renda (IRPJ), Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL), Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e do Programa de Integração Social (PIS), além de multas.

Grande parte dos impostos suprimidos teve origem em uma operação simulada entre a Iramaia e a Kameron Investiments, firma registrada nas Bahamas que também é controlada por Moura. O MPF aponta que um contrato de empréstimo entre as duas companhias foi forjado em 2001 para camuflar a negociação de um grande volume de ações que pertenciam ao empresário.

A transação viabilizou a sonegação dos tributos que incidiriam sobre a venda dos papéis na Bolsa de Valores de São Paulo, realizada em 2005 pela empresa paulista. A contabilidade da Iramaia naquele ano apresenta informações irregulares sobre as operações e não traz registros de lucros, juros ou dividendos obtidos.

Ao final do processo, Moura poderá ser condenado ao cumprimento de prisão por prazo de dois a cinco anos. A pena é prevista pelo artigo 1º, inciso I, da Lei nº 8.137/90, que tipifica o crime contra a ordem tributária por omissão de informações ou declaração falsa de dados às autoridades.

Outro lado

“Estou me defendendo. O relator do Carf deu voto favorável, mas a maioria não. Tenho certeza que não soneguei”, disse Eduardo Moura ao .Vinculado ao Ministério da Fazenda, Carf é sigla de Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. (Com Assessoria)