Ex-prefeita de General Carneiro é conduzida pela Polícia Federal por associação criminosa e desvio
A ex-prefeita de General Carneiro Magali Vilela (PSB) foi conduzida coercitivamente, nesta quinta (25), à Delegacia da Polícia Federal, em Barra do Garças, na deflagração da Operação General para desarticular um grupo criminoso acusado de extração ilegal de madeira na aldeia indígena Cabeceira da Pedra, na terra Sangradouro, e apurar o suposto desvio de verba pública no município.
Ao todo, a PF cumpriu seis mandados de busca e apreensão e cinco de condução coercitiva em General Carneiro e Primavera do Leste, municípios que dividem a área territorial da aldeia indígena. As ordens judiciais foram expedidas pela Vara Única da Justiça Federal em Barra do Garças. Além da ex-prefeita, um ex-secretário de sua gestão também foi conduzido à delegacia.
De acordo com as investigações, iniciadas em setembro de 2015, conforme denúncia anônima que apontava a extração ilegal de madeira da área indígena, os atos teriam sido praticados pela Prefeitura de General Carneiro para a construção e reforma de pontes na zona rural do município.
Além da extração de madeira, a Polícia Federal identificou que foram abertos dois procedimentos licitatórios para reforma e construção das pontes, tendo uma única empresa vencedora dos dois processos. Os contatos somariam o montante de R$ 331 mil, sendo incluído R$ 110 mil a título de aquisição de madeira, ainda que o material tenha sido fornecido pela própria prefeitura.
Conforme a PF, as investigações apontam ainda que uma liderança indígena teria recebido cerca de R$ 5 mil para autorizar a extração da madeira dentro da aldeia. Os investigados serão indiciados por peculato, furto qualificado, usurpação de matéria-prima da União e organização criminosa.
Durante a operação, a Polícia Federal realizou, nas primeiras horas da manhã desta quinta, busca e apreensão na casa da ex-prefeita e também de um ex-secretário, de onde teriam sido levados documentos para análise.
Inquérito
O delegado Rafael Valadares, responsável pelo inquérito, informa ter o prazo de 30 dias para concluir a peça, contudo, acredita que esse tempo será insuficiente. Segundo ele, vários documentos que foram apreendidos na operação passarão por análise, como processos de licitação, mídias de computadores e celulares.
“A partir dessa análise vamos concluir o inquérito e encaminhá-lo ao Ministério Público Federal, a quem caberá apresentar a denúncia à Justiça.” O delegado ressalta também que buscas foram realizadas no interior da prefeitura e documentação apreendidas para serem investigadas.
Outro lado
Na PF, a ex-prefeita foi orientada pelo advogado a não se manifestar sobre a operação até se inteirar sobre a denúncia. Além dela, foram conduzidos coercitivamente o marido Nivaldo Vilela de Moraes, Alex Sandro Souza Gama, Ivanir Pereira Lima e Paulo Prodze. (RDNwes com Assessoria)