Vida sexual está ‘fraca’ para 475 mil casados de MT

Gazeta Digital

Mais de 850 mil pessoas que vivem em Mato Grosso são casadas, de acordo com dados do IBGE, e pesquisa recente, feita em todo o país pelo Instituto dos Casal, mostra que 55,9% dos entrevistados, ou seja, mais da metade, considera a vida sexual ruim ou regular.

Como está sua vida sexual?

Se é assim, Estima-se que no Estado são em torno de 475 mil pessoas se perguntando se está tudo bem, se é assim mesmo ou se não teria um jeito de melhorar a vida conjugal “na cama”.

Pela pesquisa, apenas 12% das pessoas casadas considera a vida sexual ótima.

Para piorar, 72,3% dos entrevistados afirma que não se sente à vontade para tratar sobre fantasias sexuais. Mulheres, principalmente, alegam que têm parceiros “quadrados” ou “moralistas”, inibindo-as de falarem sobre seus desejos.

Não é à toa que, assim como tem muita gente casada, dados do IBGE apontam que para mais de 100 mil pessoas (113 mil) o jeito foi se separar, divorciar ou desquitar.

A maioria dos entrevistados (69,3%) tem de 31 a 50 anos. Foram ouvidos voluntariamente 507 homens e mulheres brasileiros.

Psicóloga sexóloga Marina Simas de Lima, co-fundadora do Instituto do Casal, o primeiro do país, em atuação desde outubro do ano passado, avisa que insatisfação sexual não é normal e tem que, se o quadro é esse, o casal tem que procurar ajuda médica e terapia.

“Na terapia, um para para escutar o outro. No dia a dia, isso não acontece. Outro dia um casal foi ao meu consultório e o marido disse que não aguentava mais a mulher reclamar de tudo com voz de gralha. Alegou que estava sofrendo pressão no trabalho e chegava em casa e pressão continuava. A mulher pela primeira vez parou para ouvir o que ele estava falando”, exemplifica.

Com uma outra psicóloga, ela resolveu criar o instituto justamente por perceber essa realidade desconfortável.
“Falta comunicação entre os casais, há problemas diversos de lealdade, sexualidade, brigas, rotina, cansaço, tudo isso influi “, garante.

“Sexo é bom e faz muito bem para a saúde, sendo um dos pilares da qualidade de vida e de um casamento satisfatório”, conclui a psicóloga.

Neste contexto, o Instituto do Casal aponta os principais motivos de desinteresse sexual.

Estresse atrapalha

1 – Estresse e cansaço:

“As pessoas enfrentam rotina cansativa, de mais de 8 horas, muito tempo no trânsito, deixando o sexo para o dia seguinte, semana que vem, outro ano, e vão perdendo a intimidade”, alerta a psicóloga.

2 – Doenças crônicas

“O diabetes e a pressão alta afetam diretamente o desejo sexual, pois levam à diminuição do calibre dos vasos sanguíneos. Isso afeta no prazer”, explica a psicóloga. Alguns remédios indicados para estas enfermidades também afetam a libido.

3 – Obesidade

Estar acima do peso impacta na autoimagem e mexe com a auto-confiança, porque a pessoa se sente indesejável.

4 – Depressão

A depressão é uma das causas da queda do desejo sexual, porque a pessoa deprimida perde o desejo por tudo ou quase tudo na vida. Alguns medicamentos para tratar esta condição podem piorar este sintoma.

5 – Rotina

A rotina no relacionamento pode esfriar as coisas na cama, tanto para o homem quanto para a mulher.

“Relacionamentos mais maduros, de muitos anos, tendem a deixar o sexo mais morno. É preciso investir no sexo para deixá-lo atraente. Um lugar novo, uma posição nova, um brinquedo erótico, uma lingerie. Tudo é válido”, recomendam a psicóloga Marina.

6 – Discussões e brigas em excesso

Não há tesão que aguente um relacionamento cheio de conflitos. Se não forem bem resolvidos podem gerar mágoas e ressentimentos que impactam no desejo sexual. “Nada de jogar a poeira para debaixo do tapete. O casal precisa resolver seus conflitos para evitar o distanciamento na cama”, comenta Marina.