10 deputados receberam mensalinho para garantir governabilidade a Silval

RDNews

O ex-chefe de Gabinete do ex-governador Silval Barbosa (PMDB) Sílvio Corrêa gravou 10 deputados estaduais da legislatura anterior (2010-2014) recebendo propina, para garantir a governabilidade e manutenção do esquema de desvio de recursos públicos na execução do programa MT Integrado.

A informação consta no pedido de investigação apresentado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal (STF) com base na delação premiada de Silval, homologada no último dia 9 pelo ministro Luiz Fux.

Além do prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (PMDB), da prefeita de Juara Luciane Bezerra (PSB), do deputado federal Ezequiel Fonseca (PP), do deputado estadual Zé Domingos Fraga (PSD) e dos ex-estaduais Jota Barreto (PR) e Alexandre César (PT), que tiveram as imagens recebendo dinheiro exibidas pelo Jornal Nacional ontem (24), outros cinco também teriam sido gravados. São eles Luiz Marinho (PTB), Airton Português (PSD), Gilmar Fabris (PSD), Antônio Azambuja (PP) e Baiano Filho (PSDB).

Segundo a delação de Silval, a propina aos deputados estaduais se tornou rotineira durante a gestão. No âmbito do programa MT Integrado, que projetava levar pavimentação asfáltica para 44 cidades com investimento de R$ 1,5 bilhão, foi acertado que a cada medição realizada com empreiteiras, haveria retorno de percentual da parcela quitada.

“Essa propina serviria para custear o mensalinho ajustado com integrantes da Assembleia de Mato Grosso, no intuito de garantir a governabilidade do Estado e a manutenção do esquema”, diz trecho do relatório produzido por Janot.
Cada parlamentar receberia R$ 600 mil no esquema criminoso em 12 parcelas de R$ 50 mil. O pagamento era responsabilidade de Sílivo Corrêa, que gravou as transações. Somente Emanuel e Luciane se pronunciaram oficialmente sobre as gravações recebendo dinheiro. Os demais ainda não se manifestaram.

Emanuel alega que a imagem foi deturpada e que não se estenderia no comentário por orientação dos advogados. Já Luciane nega propina e justifica o recebimento de parte de dívida oriunda de negócio firmado com Silval.