Regado a churrasco, bloqueio em Barra se fortalece com adesão de 900 motoristas
O movimento dos caminhoneiros deflagrado nesta terça (1º de agosto) em todo o país ganhou força em Barra do Garças nas últimas 24 horas. Segundo estimativas dos coordenadores, cerca de 900 motoristas já aderiram à paralisação, com previsão de atingir os mil até o final desta tarde.
Os caminhoneiros estão parados às margens das BRs 070 e 158, na avenida Valdon Varjão, no perímetro urbano de Barra do Garças, com barricadas de pneus bloqueando meia pista e pontos de apoio para descanso. Em um dos pontos eles assam carnes e distribuem para os colegas acampados.
Segundo o motorista Sebastião Pereira da Silva, o Xaropinho, que há 40 anos está na estrada, esse é o pior momento da categoria. “Ou conseguimos que o governo olhe para nós ou é o nosso fim. Do jeito que está não dá para continuar. Estamos quase passando forme”, relata.
Revoltado com o aumento dos combustíveis pelo governo do presidente Michel Temer (PMDB), o caminhoneiro diz que o descontentamento é geral. “Para nós esse movimento é tudo ou nada. Não podemos aceitar pacificamente o aumento abusivo do preço do óleo diesel e o do frete lá embaixo. Estamos pagando para trabalhar e tenho acompanhado colegas parados no meio de rodovias por falta de combustível”, revela.
Nesta manhã, os líderes do movimento em assembleia realizada em Barra resolveram fechar parcialmente a entrada e saída de Aragarças (GO), para evitar que colegas furem a manifestação e sigam trabalhando. Segundo a categoria, o protesto poderia ser maior se alguns não tivessem utilizando vias públicas secundárias para furar o bloqueio da avenida Valdon Varjão.
Churrasco
Em meio à paralisação, os caminhoneiros estão improvisando também momentos de lazer levando para o ponto de concentração churrasqueiras para assar carne e passar o tempo. “Ao menos aproveitamos alguma coisa boa nesse movimento, pois até agora não houve nenhum posicionamento do governo em favor da nossa classe. O presidente Temer está mais preocupado com a situação no Congresso do que com os responsáveis pelo transporte de cargas no país”, afirma Antônio Cruvinel, um dos organizadores do movimento. (FA/RDNews)