Sargento do BM é suspeito de matar namorada
Folhamax
Familiares e amigos da jovem Vanessa Steffany Barbosa de Souza, 29, encontrada morta em um córrego na noite de sábado (19), acusam o namorado dela, o sargento Bombeiro militar Fernando Pascoal de Moraes, de tê-la assassinado e tentado forjar afogamento. Laudo emitido pelo Instituto Médico Legal (IML) também já descartou afogamento como causa da morte e apontou como “indeterminada”.
Eles ainda denunciam que os policiais militares, que atenderam a ocorrência, auxiliaram o bombeiro militar a forjar o boletim de ocorrências. Os militares não teriam ainda colocado no BO o relato de 4 testemunhas adultas que tentaram socorrer Vanessa no dia da morte dela.
A auxiliar de escritório, I.S.B, 35, conhecia Steffany, como a vítima era chamada pelos amigos, desde a infância. Conta que a amiga deixou uma filha pequena, a mãe que ficou viúva há 3 meses e duas tias solteiras que moravam na mesma casa. “Ela era o esteio da família. Era a responsável por todas, até em relação a sustentar a casa”, revela.
Ela Conta que o relacionamento com o sargento Pascoal tinha menos de 2 anos e sempre foi conturbado. “Ele era obcecado por ela. Doente de ciúmes e até proibiu ela de falar com a família. Já havia agredido ela. No dia da morte dela ela não queria sair com ele, ele insistiu e daí aparece morta”, desabafa.
A família desconfiava que a história contada pelo bombeiro estava estranha. Segundo o BO, eles beberam perto de um córrego, o sargento dormiu e acordou sem encontrar Steffany. Populares o teriam auxiliado nas buscas e a localizaram dentro do lago já morta. “Só fomos avisados no dia seguinte, por volta das 8h, o corpo já tinha sido reconhecido por ele e ninguém teve acesso ao corpo, como pode?”, questionou.
Segundo a auxiliar de escritório, o sargento não compareceu ao velório e enterro, que ocorreu entre domingo e segunda na Capela Jardins e no Cemitério Parque Bom Jesus de Cuiabá. Durante o velório surgiram 3 desconhecidos que afirmaram ser testemunhas do dia da morte de Steffany. “Eles disseram que a Steffany e o Pascoal chegaram na chácara às 18h e que discutiam muito. Por volta das 23h, com tudo escuro Steffany teria gritado por socorro e feito um longo silêncio. Resolveram então ir até onde o casal estava”, conta.
Lá estava muito escuro e eles iluminaram o local com o farol do carro quando viram o sargento “recolhendo as coisas para ir embora” e ao fundo o corpo de Steffany boiando. Um dos homens foi até o lago e retirou a vítima colocando no barranco e tentando reanima-la. “Ela já estava morta e mesmo assim o Pascoal continuou agredindo verbalmente e chegou a chutar o corpo dela. Ele estava visivelmente embriagado e agressivo, foi contido pelos homens desconhecidos que chamaram a PM”, relata.
A amiga da vítima conta que um dos policias que foram atender a ocorrência conhecia o sargento Pascoal e não ignorou os relatos feitos pelas testemunhas. Retiraram o sargento do local e quando as demais equipes do Samu, Politec e Polícia Civil chegaram, o sargento já não estava mais no local. “O que temos medo é que isso fique impune. Pelo que foi registrado no BO o caso nem será investigado como homicídio”, revela a amiga da vítima.
De acordo com a auxiliar de escritório, as testemunhas e os familiares foram na tarde desta segunda-feira relatar as denuncias à Polícia Civil e exigir a investigação por homicídio.
A assessoria da PJC informa que não há registro de pedido de investigação do caso nesta segunda-feira (21). Mas afirma que o caso será investigado assim que a autoridade policial tiver acesso ao laudo do IML.
Já a assessoria da Polícia Militar diz que não houve qualquer registro da conduta dos policiais que atenderam a ocorrência. Por isso não pode se pronunciar neste momento.