Faxineira cuiabana faz lipoaspiração na Bolívia e volta dentro de caixão

Folhamax

A faxineira cuiabana Janeane Rodrigues da Silva Fidelis Klug Cresqui, 42, foi, neste final de semana, fazer uma lipoaspiração com retirada de excesso de pele na barriga em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, e voltou morta, seminua, em uma caixão, cheia de sangue e com hematomas pelo corpo.

A suspeita da família e de amigos, que nem sabiam da intervenção, é a de que houve algum erro ou imprevisto na cirurgia.
Há 2 meses, ela vinha tendo contato pelas redes sociais com a clínica Criolipolises Santa Cruz. Após o óbito, a clínica encaminhou o corpo embalsamado, no caixão, até San Matías, na região do Corixo, já próximo a Cáceres (225 Km a Oeste). A família, ao tomar conhecimento de que a intervenção terminou na morte dela, pagou R$ 1.700 à Funerária Pax Silva, de Cáceres, para terminar de trazê-la de San Matías até Cuiabá.

Ninguém sabia da cirurgia, exceto o marido de Jhane. Ela, que já tinha perdido peso, fez um empréstimo financeiro no valor de R$ 10 mil, parcelado, para corrigir o abdomen. Foi para Bolívia na surdina.

Quando a família abriu o caixão, encontrou a mulher somente com uma blusa preta, ainda com sangue, com o corpo cheio de hematomas. Vídeo, com cenas fortes, mostra que, na mesa de cirurgia, amarraram um saco de supermercado na boca dela.
Certidão de óbito, emitido pelo Estado boliviano e assinado pelo médico legista Oswald David, indica que ela sofreu um infarto cardíaco em decorrência de um coágulo intravascular às 15h30 deste sábado (23).

Informe médico registrado em papel timbrado da Clínica Figueroa e assinado pelo médico Gustavo Santa Cruz, detalha que a paciente entrou em um quadro de palidez, foi ficando fria e já não se podia ouvir a frequência cardíaca dela.
Vaidosa e alegre, Jhane, como gostava de ser chamada, morava no bairro Parque Geórgia, com o marido e dois filhos, de 9 e 6 anos.

O marido, muito abalado, era o único que sabia dos projetos da mulher. Ele a levou à rodoviária de Cuiabá para ela embarcar até Santa Cruz.

No velório na manhã desta segunda-feira (25), em uma igreja católica, no bairro Coophema, ele não estava em condições de falar com o Gazeta Digital, que acompanhou a comoção de familiares e amigos de Jhane.

Os dois filhos dela estavam circulando entre os presentes, sendo que o mais velho parecia mais consciente da perda que o mais novo.

Às 9h30, saiu o cortejo fúnebre até o Cemitério Parque Bom Jesus de Cuiabá, onde Jhane foi sepultada na sequência.
Uma das melhores amigas de Jhane, Anadil Soares, 38, ainda não consegue acreditar no que aconteceu. Ela não sabia da cirurgia. “Nem eu sabia disso, por que ela foi sem avisar a ninguém? Qual o motivo do sigilo”, questiona a amiga, que, há 2 noites sem dormir, demonstra estar muito abatida com todo o ocorrido. “A gente fica se perguntando tanta coisa. Por exemplo, no certificado de embalsamento, eles se referem a ela como cadáver do sexo masculino, como assim?”

A irmã de Jhane, Helana Rocha, 52, lamenta o óbito. “Morreu, nesta situação, uma mulher para qualquer momento, que não media esforços para ajudar as pessoas”.

A enteada Jéssica Raê, 24, informa que deixaram o caixão no aeroporto. “Meu pai foi buscar, a funerária tansportou, chegou ontem à tarde, velamos durante a noite e agora vamos enterrar”, detalha.

Jhane era do setor de limpeza da Escola Estadual Souza Bandeira.

Nas redes sociais, muitas mensagens de luto.