Violência contra indígenas cresce em Mato Grosso
Agência da Notícia
No conflito por terra, na falta de acesso à educação e saúde, nas mais diversas formas de preconceito, a violência contra indígenas tem crescido cada vez mais. Em Mato Grosso a situação não é diferente. É o que mostra o relatório “Violência contra os povos indígenas no Brasil”, divulgados ontem pelo Conselho Indigenista Missionário.
As 52 comunidades indígenas no Estado sofrem com os mais variados problemas. O relatório traz mais de 80 registros dos mais diversos tipos de violência sofridas por indígenas em Mato Grosso. Uma das manifestações violentas mais sofridas pelos indígenas no ano no Estado foi o racismo e discriminação étnico culturais, foram cinco no total.
O relatório da violência indígena aponta ainda que no país no ano passado foram registradas 12 ocorrências de conflitos relativos a direitos territoriais. Sendo no Amazonas (1), Mato Grosso (1), Mato Grosso do Sul (7), Pernambuco (1), Santa Catarina (1) e Rio Grande do Sul (1). No caso de Mato Grosso a violência foi na Terra Indígena Maraiwatséde onde posseiros ameaçaram invadir a terra.
Também foram registrados 59 casos relativos a invasões possessórias, exploração ilegal de recursos naturais e danos diversos ao patrimônio, nos estados do Acre (4), Alagoas (2), Amazonas (3), Bahia (1), Espírito Santo (1), Maranhão (12), Mato Grosso (9), Mato Grosso do Sul (4), Minas Gerais (1), Pará (7), Rio Grande do Sul (1), Rondônia (12), e Roraima (2).
Os dados trazem ainda 11 casos de homicídio culposo. Em nove ocorrências, as vítimas foram atropeladas. Em pelo menos três casos, os motoristas fugiram sem prestar socorro. Em outro, o motorista apresentava sinais de embriaguez. Foram registradas ocorrências no Maranhão (1), Mato Grosso (3), Mato Grosso do Sul (4), Paraná (2) e Rio Grande do Sul (1).
Foram registrados em 2016, 10 ameaças de morte a indígenas, nos estados do Acre (2), Amazonas (2), Maranhão (4) e Mato Grosso (2). Sendo no Estado a ameaça ao povo Kanela da terra indígena Aldeia Nova Pukanú. O Cimi registrou 8 ocorrências de abuso de poder. Os casos registrados ocorreram nos estados do Amazonas (2), Maranhão (1), Mato Grosso (1), Pará (2) Rio Grande do Sul (1) e Rondônia (1).
Foram ainda confirmados 17 casos de racismo e discriminação étnico culturais nos estados do Amazonas (1), Bahia (1), Distrito Federal (1), Maranhão (2), Mato Grosso (5), Mato Grosso do Sul (1), Minas Gerais (1), Paraíba (1), Rio Grande do Sul (3) e Santa Catarina (1). Além de 42 casos de desassistência na área da saúde, nos estados do Acre (5), Amapá (2), Amazonas (4), Maranhão (6), Mato Grosso (4), Mato Grosso do Sul (7), Minas Gerais (2), Pará (4), Paraná (1), Piauí (1), Rondônia (2), Santa Catarina (2) e Tocantins (2).
Foram registrados 38 casos de desassistência na área da educação escolar indígena, quatro deles em Mato Grosso. Um dos casos retratados é o da Universidade do Estado de Mato Grosso, que em seu edital para o vestibular 2016/2, não contemplou os candidatos autodeclarados indígenas. No edital foram dedicadas 25% do total de vagas ao autodeclarados negros e pardos sem, contudo, abranger os concorrentes de povos indígenas, que, em proporção à representatividade deles no estado, deveriam ter 5% de parcela das vagas totais.