Sem verba, hospital municipal conta com doações de moradores, entra em coma e suspende cirurgias
Tem aproximadamente 15 dias que o hospital municipal de Confresa, não realiza cirurgias eletivas, que representam 70% dos procedimentos cirúrgicos feitos na unidade, por falta de recursos.
O prefeito Ronio Condão (PSDB) afirmou que desde julho o governo do estado não repassa verba para a saúde do município. A Secretaria de Saúde do estado foi procurada, mas ainda não se manifestou sobre os atrasos.
Segundo ele, os repasses em atraso passam de R$ 4 milhões. Com quatro meses sem receber repasse do estado e sem dinheiro para manter os atendimentos, só continuam sendo realizadas as cirurgias de urgência e emergência.
Para o prefeito, a saúde do município vive o seu pior momento, tanto que o hospital está contando com doações dos moradores para manter parte do atendimento. “Chegamos ao ápice da dificuldade financeira e tivemos que compartilhar com os moradores a situação da saúde e as pessoas começaram a ajudar”, contou Ronio Condão.
Foram doados insumos básicos, como gaze, esparadrapo, soro, seringas e luvas. Mas, de acordo com o prefeito, medicamentos estão em falta na unidade.
O hospital municipal, quando em funcionamento normal, realiza uma média de 90 a 110 partos mensais, além de muitas cirurgias mensais. Com a suspensão recente, foram cortadas 190 cirurgias eletivas.
Segundo o prefeito, a unidade é referência em atendimento de saúde na região devido à distância de grandes cidades. “O hospital atende a população de toda a região. Presta atendimento a mais de sete municípios”, disse.
O custo médio mensal do hospital é de aproximadamente R$ 900 mil, sendo que boa parte é destinada ao pagamento da folha de pessoal. São quase 100 funcionários.
Para tentar arrecadar dinheiro e comprar medicamentos para o hospital, o prefeito informou que pretende realizar um leilão. “Vamos falar com os agricultores para doarem vacas e ajudar o município a comprar medicamentos”, afirmou. No entanto, o leilão ainda não tem data para ser realizado.
A situação da saúde também é grave em outros municípios que aguardam posição do governador Pedro Taques.
Por Pollyana Araújo, G1 MT