Alimentos já faltam no Estado; produtos têm aumento de até 300%
dO g1 mt
Reflexo da greve dos caminhonheiros que já dura cinco dias, comerciantes e consumidores de Mato Grosso afirmam que as mercadorias em estoque estão acabando e os preços dos produtos que ainda restam aumentaram pelo menos três vezes. Segundo o feirante Thiago Nogueira, o valor dos legumes já apresentam alta no preço, em relação a semana anterior.
O saco de batata que variava entre R$ 70 e R$ 90, passou a custar R$ 300. “É uma situação difícil, temos clientes fixos e não podemos elevar os preços para eles. Com isso, o lucro caí e acabamos perdendo. O estoque diminuiu, os preços aumentaram e, em consequência, os clientes sumiram”, disse.
Gilson Jader, que também é feirante, conta que além da batata, o tomate sofreu uma grande alteração no preço. “Devido ao aumento da procura, os produtores locais elevaram muito os preços. O saco de tomate eu comprava por R$ 60, agora tenho que comprar por R$ 200.
Por causa dos preços altos, a comerciante Nilzabete de Souza diz que não consegue repôr a mercadoria no estoque. “Não tem nada. Tomate, cebola, repolho que era o que mais vendia, não tem mais em estoque. As mercadorias estão presas nos caminhões. Os lugares que ainda estão vendendo em sacas, não consigo comprar, é tudo muito caro”, relatou.
Em Primavera do Leste, a 239 km de Cuiabá, o preço do kg da couve-flor chegou a custar R$ 20. O estabelecimento, entretanto, negou que o valor tenha influência da greve dos caminhoneiros.
Segundo o gerente, os funcionários se esqueceram de alterar o valor na balança na hora de etiquetar o produto. O equívoco seria desfeito ainda nesta sexta-feira (25).
Com medo de ficar sem mercadorias, os consumidores estão estocando produtos e também apontam o aumento nos preços.
De acordo com a esteticista Cíntia Amaral, além dos preços, os produtos nos mercados atacadistas e pequenos comércios, estão com poucas mercadorias nas prateleiras e a qualidade baixa. “Senti um grande aumento no preço das frutas e legumes. Há 15 dias fiz uma compra e no total gastei R$ 100, ontem retornei a comprar, tudo na mesma quantidade, e o valor foi de R$ 270”, contou.
Segundo o sociólogo Hélio Silva, a greve é necessária para a melhora na política de preços. “É uma greve justa, é necessário os protestos para que o país melhore. Produzimos aqui e exportamos o produto bruto, depois compramos por preços absurdos, devido aos impostos”, explicou.
Em nota, o Programa de Proteção e Defesa do Consumidor de Mato Grosso (Procon), alerta os consumidores em relação aos preços abusivos.
De acordo com o órgão, os clientes que se sentirem lesados, deve procurar o Procon e apresentar o cupom fiscal de compra para fazer a denúncia, pessoalmente ou via e-mail (fiscalizacaoproconmt@sejudh.mt.gov.br).