Caminhoneiros de MT entram no 3º dia de protestos e já mantêm 16 BRs bloqueadas
O protesto dos caminhoneiros chega ao terceiro dia com 16 pontos de bloqueio nas rodovias federais de Mato Grosso. O movimento começou na segunda (21) em todo o país contra a política de reajuste dos combustíveis implantada pelo governo federal com reflexos diretos para a categoria.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o número poderá subir para 17 pontos com um novo ponto na BR-163, na região de Sorriso. Os bloqueios estão sendo acompanhados diariamente pelas equipes que fiscalizam as rodovias federais no Estado. Os caminhoneiros tem utilizados barreiras de pneus para evitar que veículos de cargas sigam em frente.
Em Confresa (a 1.162 km de Cuiabá), caminhoneiros também estão bloqueando a BR-158, porém, não consta do relatório da PRF pela ausência de posto de fiscalização da instituição na região.
Nessa terça (22), o governo anunciou o fechamento de um acordo com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE) para eliminar a cobrança da Cide, que é a Contribuição de Intervenção no domínio econômico, imposto que incide sobre o preço do diesel, mas a medida não foi suficiente para convencer os caminhoneiros a por fim aos protestos.
A Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), que representa cerca de 40 mil no Brasil, avalia que a decisão do governo em zerar a Cide é insuficiente para os preços dos derivados de petróleo. A entidade propõe que seja reduzidas também as cobranças do PIS/Confins, única forma de reduzir os preços.
A Fecombustíveis avaliou também que o movimento deflagrado pelos caminhoneiros já afeta o transporte de 20 estados, com tendência a se agravar se o protesto for mantido por mais dias, com impacto ao setor agropecuário e também de transporte de combustíveis para o abastecimento da frota de passeio.
Em Mato Grosso, o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), Antônio Galvan está preocupado com a paralisação, Segundo ele, o escoamento da safra 2018/19 está sendo prejudicado pelo fato de ainda restam mais de 30% para ser escoada e com a proximidade da chegada do milho, que também precisa ser escoado.
“A paralisação é preocupante, sem sombra de dúvida. Tem bastante soja para ser retirada”, disse. “Mas o aumento sucessivo de fretes está saindo do valor do produto. Caminhoneiro não consegue se adaptar à mudança de preço diária do diesel”, disse ao Broadcast Agro (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado).
Confira os 16 pontos de bloqueio
Km 504 da BR-070, em Cuiabá
Km 398 da BR-364, em Cuiabá
Km 200 da BR-364, em Rondonópolis
Km 119 da BR-163, em Rondonópolis
Km 613 da BR-364, em Diamantino
Km 593 da BR-163, em Nova Mutum
Km 276 da BR-070, em Primavera do Leste
Km 282 da BR-070, em Primavera do Leste
Km 383 da BR-070, em Campo Verde
Km 691 da BR-163, em Lucas do Rio Verde
Km 821 da BR-163, em Sinop
Km 288 da BR-174, em Pontes e Lacerda
Km 1.191 da BR-364, em Campos de Júlio
Km 1.120 da BR-364, em Sapezal
Km 488 da BR-174, em Comodoro
Km 05 da BR-070, em Barra do Garças
Fonte: FA/RDNews