Acusado de matar esposa grávida na frente do filho do casal é solto de presídio

Do G1 GO

O empresário Horácio Rozendo de Araújo Neto, de 35 anos, acusado de matar a esposa Vanessa Camargo, 28, grávida de 3 meses, foi solto do Presídio de Iporá, na região central de Goiás. Ele já havia sido preso na época do crime, foi liberado, teve a prisão novamente determinada pela Justiça no último dia 20 de agosto, ficou detido por cinco dias e foi solto um dia após determinação em medida liminar expedida na última sexta-feira (24).

Outra decisão da Justiça determinou que ele vá a júri popular pela morte da esposa. O crime ocorreu em Ivolândia, também na região central de Goiás há mais de um ano, na frente do filho da vítima, de 2 anos de idade.

A defesa do empresário sempre negou autoria e alegou que ela foi assassinada durante um assalto. Conforme o advogado do preso, Palmestron Cabral, a defesa já entrou com um recurso para que ele também não vá a júri popular, como determinado pela Justiça.

O G1 tentou contato, por telefone, com a promotoria de Iporá entre 14h30 e 14h40, mas as ligações não foram atendidas. Em seguida, a reportagem pediu um posicionamento do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) por e-mail e aguarda retorno.

Crime
Vanessa foi morta no dia 31 de julho de 2017, em uma estrada vicinal da cidade. Na ocasião, o empresário disse que viajava de carro com a mulher e o filho do casal, de 2 anos, quando foram abordados por dois homens em uma moto. O esposo, que dirigia o veículo, parou e um dos suspeitos assumiu a direção.

Horácio disse em depoimento que a vítima discutiu com o rapaz e levou um tiro na cabeça e reforçou a tese durante a reconstituição do crime.

Primeira prisão

Horácio foi preso pela primeira vez no dia 6 de setembro do ano passado, mais de um mês após a morte da esposa. No entanto, expirado o prazo da prisão temporária, ele foi solto no dia 5 de outubro, após a Justiça indeferir os pedidos de prorrogação e conversão para preventiva feitos pela Polícia Civil e pelo MP. Desde então, ele respondia ao processo em liberdade.

Na ocasião da soltura, a mãe de Vanessa, a pecuarista Nilva Camargo Soares, 49, ficou revoltada. Ela disse que, por conta da decisão, temia pela segurança de toda a família da vítima, principalmente do filho pequeno.

Investigação

O delegado Ramon Queiroz, responsável pelo caso e que indiciou o empresário, disse que, apesar da negativa de Horácio, várias provas apontam que o empresário, de fato, cometeu o crime.

“A versão dele desde o início apresentava várias incoerências. Os laudos periciais e depoimentos de testemunhas corroboram que não havia outra pessoa na cena do crime e que ele pode ser o responsável”, disse ao G1 na época.

Ele afirmou ainda que dados do GPS dos celulares do casal também reforçam a tese da corporação. A motivação, conforme as investigações, seria o fato de que Vanessa tinha interesse em se separar e por Horácio não querer dividir o patrimônio em um provável divórcio.