‘Queria trazê-la para perto de nós e agora a trouxe no caixão’, diz pai de estudante de medicina assassinada
TVCA
Um dia após o enterro da estudante de medicina assassinada no Paraguai, Erika de Lima Corte, 29 anos, o pai dela, ex-prefeito de Pontal do Araguaia, Raniel Corte, disse que sonhava trazer a filha para morar em Cuiabá. O corpo de Erika, assassinada na madrugada de segunda-feira (20), em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, foi enterrado nesta quarta-feira (22) em Barra do Garças (MT). “O meu sonho sempre foi tirar minha filha de lá e trazê-la para perto de mim. Assim eu poderia cuidar dela. Nenhum pai fica tranquilo com um filho morando longe. Agora, tirei ela do Paraguai dentro de um caixão”, disse o pai.
Raniel explica que a filha foi estudar no Paraguai porque as dificuldades em relação à educação encontradas no Brasil são grandes. “Ela cursou enfermagem em São Paulo e chegou aqui em Cuiabá não conseguia arrumar emprego. Começou a me pedir para estudar no Paraguai, até para não ficar dependendo da gente. Não há mais o que fazer. Nada vai trazer minha filha de volta”, disse o pai.
Raniel cobra uma integração entre Brasil e Paraguai no sentido de solucionar o assassinato da filha e diz que tem recebido maior apoio do país vizinho. Nesta quarta-feira (22) foi preso Cristopher Irala, de 27 anos, suspeito de ter assassinado Erica. “O consulado esteve ao nosso lado lá [no Paraguai] o tempo todo. O Brasil tem essa dificuldade. Houve uma guerra que deve permanecer no passado. Hoje precisamos que haja amor entre nós”, disse.
Erika cursava medicina e o corpo foi encontrado no apartamento onde morava. Segundo a perícia, o corpo tinha 19 perfurações de faca.
Erika de Lima Corte foi assassinada em Pedro Juan Caballero na segunda-feira. Segundo a perícia, o corpo da vítima tinha marcas de pelo menos 19 perfurações na região do tórax e pescoço.
De acordo com o boletim de ocorrência, registrado pela polícia de Pedro Juan Caballero, o corpo foi encontrado com um pano branco sobre o rosto, no quarto de um apartamento. Ela dividia a residência com a colega de faculdade, Milena Oliveira. À polícia, a jovem relatou ter saído de casa por volta de 17h e, quando retornou de madrugada, encontrou o corpo da colega no quarto.