Mato Grosso registra 334 de racismo em 2018

G1 MT

Nos 10 primeiros meses deste ano, 334 casos de injúria mediante preconceito foram denunciados à polícia em municípios de Mato Grosso. Os dados são do setor de estatística da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp-MT).

O número registrado em 2018 é menor que os casos do ano passado, quando 348 denúncias foram feitas.

Quase metade dos casos foram registrados em Cuiabá. No município, 103 denúncias foram feitas até outubro deste ano.

Desse total, 20 ocorrências fazem referência ao ato de praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

Na semana passada, um empresário foi detido suspeito de ter chamado uma policial militar de ‘negrinha safada’ e ‘policinha de merda’ durante uma discussão em uma região de balneários na Rodovia Emanuel Pinheiro (MT-251), entre Cuiabá e Chapada dos Guimarães, a 65 km da capital.

A Polícia Civil informou que Antônio e a mulher dele foram autuados nos crimes de injúria mediante preconceito e desobediência. Eles foram liberados após o pagamento de R$ 3,8 mil em fiança.

Já em maio, a fotógrafa Mirian Rosa foi alvo de racismo em Cuiabá. Ela registrou um boletim de ocorrência depois de receber áudios no WhatsApp em que é chamada de ‘mucama’, ‘saco de lixo’, ‘crioula maldita’ entre outros xingamentos.

O suspeito confessou ter xingado a fotógrafa, mas negou ser racista.

O crime de racismo é previsto na Lei 7.716 de janeiro de 1989 por “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, etnia, religião, ou procedência nacional”.

Já em Várzea Grande, na região metropolitana da capital, 37 denúncias foram feitas. Delas, uma tem relação com o ato de praticar injúria mediante preconceito através dos meios de comunicação social ou publicações. No ano passado, o mesmo número foi registrado no município.

Em 2017, o Coletivo Negro da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) denunciou um post de cunho racista feita por um universitário. Na postagem, o jovem se diz triste porque a comercialização de negros foi encerrada.

Após a repercussão da publicação, o autor do texto diz que foi ‘infeliz’ no comentário.