Sem curso superior, ex-ministro preso pela PF é levado para presídio e vai dividir cela com outros presos

G1 MT

O deputado federal eleito Neri Geller (PP), que é ex-ministro da Agricultura, deve permanecer preso na Penitenciária Major Eldo de Sá Corrêa, a Mata Grande, em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá.

Geller foi preso nesta sexta-feira (9) em um hotel de Rondonópolis, durante a Operação Capitu, que investiga suposto esquema de corrupção no Ministério da Agricultura durante o governo da presidente Dilma Rousseff (PT).

Conforme a Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), Geller não faz jus à cela especial já que não é parlamentar, não é autoridade e nem tem curso superior.

Por não ter nível superior, o ex-ministro não deve ser transferido para o Centro de Custódia da Capital (CCC), em Cuiabá.

Na Mata Grande, Neri Geller vai dividir a cela com outros detentos, visto que na unidade prisional não há cela especial.

Conforme a assessoria jurídica de Geller, após o interrogatório prestado (na sede da PF em Rondonópolis), um pedido de habeas corpus já foi protocolado. Agora, segundo a defesa, a intenção é conhecer o inteiro teor do processo e ao objeto da denúncia, para só então, se manifestar.

A prisão

Neri Geller estava hospedado em um hotel porque participaria de um evento agropecuário na cidade nesta sexta-feira e, por volta de 6h, três agentes da PF chegaram ao local em carro descaracterizado, ou seja, sem o nome da instituição, e o levaram em cumprimento a um mandado de prisão temporária.

Geller esteve à frente do Mapa entre março de 2014 a dezembro de 2015, período em que teriam ocorrido supostos pagamentos de propina a servidores públicos e agentes políticos. Ele foi eleito no primeiro turno das eleições de 2018 com mais de 73 mil votos.

Além dessa prisão, em Mato Grosso, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em Lucas do Rio Verde, a 360 km da capital.

A Operação Capitu é um desdobramento da Lava Jato em conjunto com a Receita Federal. As investigações são baseadas na delação do doleiro Lúcio Funaro, apontado como operador do MDB.