Governo admite 50% das viaturas paradas em MT; dívida já chega a R$ 13,5 milhões

RDNews

O secretário-chefe da Civil, Mauro Carvalho, admitiu nessa segunda (14) que quase 50% das viaturas do Estado estão paradas por falta de pagamento. O caos que parece se instalar na prestação de serviços essenciais tem sido a tônica das ações do Governo Mauro Mendes (DEM) nesses primeiros dias de gestão. O objetivo é garantir o equilíbrio das contas públicas, já que a atual administração afirma ter assumido o estado em 1º de janeiro com R$ 3,9 bilhões de restos a pagar.

“Quando falamos de contas públicas, falamos de fornecedores. Por exemplo, tem um dado extremamente importante: nós tivemos quase 50% das viaturas da polícia retidas por falta de pagamento. O Bustamante [secretário de Segurança] está chamando todos os fornecedores e pedindo o voto de confiança, um voto de credibilidade. Essa semana boa parte das viaturas passam a circular de novo em Mato Grosso”, afirmou.

Segundo Mauro Carvalho, as viaturas que não estão em atividade são de uso de todas as forças de segurança, isto é, da Polícia Militar, Polícia Judiciária Civil e da Polícia Técnica. Ao todo, segundo Alexandre Bustamante, a dívida da Sesp com as locadoras chega a R$ 13,5 milhões e a maior parte dos pagamentos está com mais de 90 dias em atraso.

O chefe da pasta da Segurança ainda informa que há 70 viaturas no pátio das locadoras e outras 70 “trailblazer” devolvidas pela Sesp devido ao alto custo mensal de cada unidade dessas: R$ 10 mil. A frota atuante é de 987 veículos locados, além de cerca de 980 da frota própria do Estado.

Nesta segunda (14), o Rdnews mostrou imagens do pátio da CS Brasil, empresa que aluga carros para o Estado, onde estão recolhidas mais de 200 viaturas por falta de pagamento. A retirada dos veículos das ruas suspendeu até mesmo as blitze da Operação Lei Seca.

Nota

No sábado (12), o governador Mauro Mendes emitiu uma nota na qual pede um voto de confiança aos fornecedores do Estado. Ele citou as várias medidas que tem tomado para evitar que a situação fique ainda pior.

“Entre as medidas estão o corte no número de cargos comissionados, de gratificação e contratados; a redução de 24 para 15 no número de secretarias e a extinção de seis empresas públicas; a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal Estadual, que estabelece normas de finanças públicas que propiciarão a contenção do déficit financeiro, reequilíbrio entre receitas e despesas e recuperação da capacidade de investimento público; estamos propondo também o aumento na contribuição do setor do Agronegócio, com o Novo Fethab, bem como outros ajustes na Tributação para a elevação da receita. Iremos implementar um gigantesco programa de combate à sonegação fiscal”, diz trecho da nota.