Jornal Nacional revela caos na Segurança e Saúde de MT após Governo de Taques

Jornal Nacional

A crise financeira do estado de Mato Grosso atingiu com força dois serviços públicos fundamentais: o socorro médico e a segurança pública.

Imagens mostram a única blitz da Operação Lei Seca realizada em Cuiabá nos últimos 60 dias. Foi no dia 27 de dezembro.

O ônibus que é a delegacia móvel foi levado para trocar o óleo em abril de 2018 e nunca mais voltou. A oficina não fez o serviço porque tem R$ 60 mil para receber do governo de Mato Grosso. A Delegacia de Trânsito também está com carros a menos.

“Deram entrada para fazer manutenção corretiva e a locadora não os liberou para serem restituídos ao uso em razão de problemas contratuais com o estado”, explicou o delegado Christian Cabral.

Metade da frota da segurança pública de Mato Grosso é alugada. São mais de mil veículos. O maior dos contratos, de 750 unidades, terminou no início de novembro. A empresa se recusou a assinar uma prorrogação de emergência porque também não recebe nada desde agosto.

No pátio para onde os carros são levados, só na parte da frente, tem cerca de 250 veículos; não só os caracterizados, mas também os que são descaracterizados para serem usados em investigações sigilosas. Todos parados até segunda ordem, até que o governo dê uma posição a respeito do pagamento da dívida.O presidente da União dos Conselhos de Segurança, Danilo Moraes, disse que, no interior, a situação é ainda pior: “As viaturas que ainda estão no interior estão sendo mantidas, às vezes, pela comunidade, pelos conselhos de segurança, pela sociedade; até mesmo pelos próprios policiais. Porque, se vier para cá, não retorna”.

Além das dívidas com prestadores de serviço, o sindicato dos policiais afirma que a categoria está com salários atrasados e que a estrutura não é suficiente. “Nós estamos virando uma polícia administrativa, porque estamos sem condições de efetuar nossa atividade-fim. Não tem viatura suficiente no estado para atender a sociedade de acordo como ela espera”, diz Edleusa Mesquita, presidente do sindicato.

A crise também chegou ao serviço de ambulâncias do estado, o Samu. Médicos socorristas divulgaram uma carta aberta, reclamando da falta de condições para trabalhar. O serviço é administrado por uma empresa contratada pelo governo.

Os médicos dizem que, em 2018, só receberam sete salários e ainda disseram que a estrutura das ambulâncias é precária e que chega a faltar combustível em alguns dias.

“São viaturas sem ar-condicionado, viaturas muitas vezes com pneus carecas. Muitas vezes sem luva ou tamanhos inadequados de luva, falta de materiais pra entubação, medicamentos que estão com prazo de validade vencido e não foram repostos. Quem paga o pato, quem paga o preço, é a população”, afirma o médico Alexandre Grando.

A Secretaria de Saúde de Mato Grosso declarou que a frota de ambulâncias do estado foi 100% renovada no ano passado, que já pagou os atrasados às empresas contratadas e que se reuniu com os médicos para evitar a paralisação dos atendimentos.

A Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso afirmou que a administração que tomou posse em 1º de janeiro só vai se pronunciar depois de se inteirar da situação dos contratos e dos pagamentos pendentes.