Coordenador do MPE considera vídeos de Silval distribuindo dinheiro a deputados como “maior escândalo” de MT
Folhamax
O procurador de Justiça Domingos Sávio, coordenador do Núcleo de Ações de Competências Originárias (Naco), considera que os vídeos de ex-deputados estaduais recebendo dinheiro das mãos do ex-chefe de gabinete do ex-governador Silval Barbosa, Sílvio Correa, como o “pior episódio político da história de Mato Grosso”. Os recursos, segundo o ex-governador contou em delação premiada junto à PGR (Procuradoria Geral da República), são referentes a propina para manter a governabilidade na Assembleia Legislativa entre os anos de 2011 e 2014. “É óbvio que este episódio foi estarrecedor. Tenho a impressão que nunca vi algo tão escandaloso na política mato-grossense”, disparou o procurador em entrevista a Rádio Capital, nesta terça-feira (12).
Entre os denunciados como beneficiários do esquema de propina está o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), que apareceu em vídeo divulgado no processo recebendo dinheiro e do assessor do ex-governador e colocando no paletó. Na entrevista, o procurador, que será responsável por investigar e denunciar autoridades com foro no Tribunal de Justiça, defendeu que casos de grande repercussão sejam tratados com prioridade dentro do Ministério Público, apesar de destacar que a delação do ex-governador é de competência da Justiça Federal. “A gente tem sim que dar prioridade para algumas coisas, como essa, por exemplo. Mas a informação que eu tenho de fato é que o processo desceu do Supremo. Entretanto, teria ido e isso ainda vou checar, para a Justiça Federal”, explicou.
Domingos Sávio lembrou que o MPE já tomou providências em relação aos delatados por Silval na esfera cível. Todos os ex-parlamentares gravados pelo assessor do ex-governador foram denunciados e tiveram as contas bloqueadas.
Alguns, como o prefeito de Cuiabá, tiveram pedido de afastamento do cargo público. “Eu sei apenas que MPE na área Civil propôs uma ação contra o prefeito atual aqui de Cuiabá por improbidade administrativa, inclusive pediu liminarmente o afastamento do cargo o que foi negado pela justiça estadual. Então eu sei que existe uma ação na área civil, mas na área criminal ao que me consta, está na Justiça Federal”, assinalou.