Arcanjo é preso suspeito de comandar jogo do bicho em MT

G1 MT

A Polícia Civil prendeu João Arcanjo Ribeiro foi preso na manhã desta quarta-feira (29) suspeito de liderar uma organização criminosa que comanda o jogo do bicho em Mato Grosso. O genro dele, Giovanni Zem Rodrigues, também é suspeito de comandar o esquema e foi preso. Ambos foram presos em suas casas, em Cuiabá.

A Polícia Civil ainda não divulgou quantas pessoas já foram presas, além de Arcanjo e Giovanni. Outras 31 pessoas suspeitas de envolvimento com o jogo do bicho também tiveram a prisão decretada. Estão sendo cumpridos 30 mandados de busca e apreensão, inclusive na casa de Arcanjo.

Segundo a Polícia Civil, uma outra organização seria comandada seria comandada por Frederico Muller Coutinho, que teve a prisão decretada, mas não há informações se já foi preso ou não.

O G1 tenta localizar a defesa dos presos.

A Operação Mantus foi deflagrada pela Delegacia Especializada de Fazenda e Crimes Contra a Administração Pública (Defaz) e pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) para o cumprimento de mandados expedidos pelo juiz da 7ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, Jorge Luiz Tadeu.

As ordens judiciais são cumpridas em Cuiabá, Várzea Grande e em mais 5 cidades do interior do Estado. Um dos alvos foi preso no aeroporto de Guarulhos com apoio da Polícia Federal.

Investigações

As investigações iniciaram em agosto de 2017, conseguindo descortinar duas organizações criminosas que comandam o jogo do bicho em Mato Grosso e que movimentaram em um ano, apenas em contas bancárias, mais de R$ 20 milhões. Uma das organizações é liderada por João Arcanjo Ribeiro e seu genro Giovanni Zem Rodrigues, já a outra é liderada por Frederico Muller Coutinho.

João Arcanjo Ribeiro, conhecido como “Comendador”, é acusado de liderar o crime organizado em Mato Grosso, nas décadas de 80 e 90, além de estar envolvido com a sonegação de milhares de reais em impostos, entre outros crimes.

João Arcanjo Ribeiro

O empresário Frederico Müller Coutinho é um dos delatores da Operação Sodoma, que investigou fraudes que resultaram na prisão do ex-governador Silval Barbosa. Müller trocava cheques no esquema e chegou a passar dinheiro para o então braço direito do ex-governador. Os cheques teriam sido emitidos como parte de um suposto acordo de pagamento de propina ao grupo político do ex-governador.

Briga entre organizações

Durante as investigações, foi identificada uma acirrada disputa de espaço pelas organizações, havendo situações de extorsão mediante sequestro praticada com o objetivo de manter o controle da jogatina em algumas cidades.

Os investigadores também identificaram remessas de valores para o exterior, com o recolhimento de impostos para não levantar suspeitas das autoridades. Foram decretados os bloqueios de contas e investimentos em nome dos investigados, bem como houve o sequestro de ao menos três prédios vinculados aos crimes investigados.

Os suspeitos vão responder pelo crime de organização criminosa, lavagem de dinheiro, contravenção penal do jogo do bicho e extorsão mediante sequestro, cujas penas somadas ultrapassam 30 anos.