MPE requer que Casai mantenha tratamento de criança indígena enterrada viva ao nascer
G1 MT
Para conceder parecer favorável ao deferimento da guarda de Analu Paluni Kamayura Trumai ao pai biológico, o Ministério Público Estadual (MPE) solicitou que, havendo mudança de cidade, a Casa de Saúde Indígena (Casai) mantenha o acompanhamento médico que a criança faz em Brasília.
De acordo com o promotor de Justiça, Matheus Pavão de Oliveira, apesar de não apresentar sequelas decorrentes da tentativa de homicídio, Analu tem ido com frequência da Brasília por uma questão de cautela, tendo em vista a situação que viveu após o parto.
“Foi uma ressalva que fizemos para que a guarda fosse concedida ao pai”, declarou ele.
No dia 13 de junho, a Justiça de Mato Grosso concedeu ao pai biológico, o direito de ficar com a menina. Entretanto, ele vive em uma comunidade indígena distante de Canarana, onde a criança estava abrigada.
A mudança de endereço de Analu justificaria o pedido feito à Casai.
Ainda segundo o promotor, um estudo psicossocial foi realizado para definir quem teria condições de ficar com a menina. A análise comprovou que o pai teria condições de cuidar da criança sem que houvesse prejuízos.
O fato
Há pouco mais de um ano, Analu foi enterrada viva no quintal da casa onde a família morava. A avó e a bisavó não aceitavam a gravidez da mãe da criança, uma adolescente de 15 anos.
À época, a recém-nascido foi colocada em um buraco com pouco mais de 50 centímetros, onde permaneceu por cerca de 6 horas.
Por meio de uma denúncia anônima, a polícia foi até o local e conseguiu resgatar o bebê com vida.
Atualmente, a bisavó cumpre prisão preventiva em uma unidade da Fundação Nacional do Índio (Funai) e avó está em liberdade após a concessão de um habeas corpus pela Justiça estadual.