Feminicídio aumenta em 150% em MT durante pandemia da Covid-19
G1 MT
O número de casos de feminicídio registrado entre março e abril deste ano em comparação com o mesmo período de 2019 cresceu em 150%, em Mato Grosso, conforme dados do estudo ‘Violência Doméstica durante a pandemia de Covid-19’, realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgados nessa segunda-feira (1º).
O estado passou de 6 vítimas, em 2019, para 15 neste ano. Em março, o número de feminicídios saltou de dois para 10. Já em abril passou de quatro para cinco casos.
Mato Grosso é o segundo estado que mais teve crescimento nos casos de mulheres mortas durante o período de isolamento social, ficando atrás apenas do Maranhão onde o crescimento foi de 166%.
O aumento no número de feminicídios registrados nos 12 estados analisados foi de 22,2%, saltando de 117 vítimas em março/abril de 2019 para 143 vítimas em março/abril de 2020.
Foram coletados dados de doze estados, sendo Mato Grosso, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Acre, Amapá, Pará, Ceará, Rio Grande do Norte, Maranhão e Rio Grande do Sul.
De acordo com o Fórum, a coleta de dados foi realizada ao longo do mês de maio e foram solicitados dados de março e abril de 2019 e de 2020. Em abril, todos os estados tinham adotado algum tipo de medida de isolamento social para o enfrentamento da pandemia.
O estudo aponta ainda registros de violência doméstica. Nesse tópico, a pesquisa mostra que Mato Grosso teve uma diminuição de 16,7%.
Em março de 2019 foram contabilizados 953 casos de violência doméstica e, no mesmo período deste ano, diminuiu para 744.
No mês de abril do ano passado foram 818 registros e, em abril deste ano, o estado contabilizou 731.
Apesar da diminuição no número de casos, Mato Grosso, desde o ano passado, continua sendo o quarto estado com mais registros de violência doméstica, ficando atrás de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
O motivo da queda nesses números, conforme a pesquisa, preocupa as autoridades, pois, neste período de isolamento, as mulheres ficam confinadas com o agressor e têm mais dificuldade de fazer a denúncia.
Segundo o Fórum, desde o início da pandemia, houve uma diminuição significativa no número de denúncias e, na maioria das delegacias, chegam apenas os casos mais graves.