Prefeitos tentam evitar lockdown e querem barrar “festas familiares”

O presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios, Neurilan Fraga tem orientando os prefeitos de todas as regiões do estado, para que tomem medidas mais restritivas e eficazes no combate á propagação do novo coronavírus nos municípios. Após a edição do Decreto do Governo do Estado, na última quinta-feira, Neurilan tem conversado com mais de 100 prefeitos sobre o assunto.

De forma unânime, os gestores municipais são contra a adoção do ‘lockdown’. Fraga explica que, por conta disso, é que está discutindo com os gestores a implementação de outras ações com o objetivo de evitar que os municípios façam a quarentena com o fechamento de atividades econômicas.

Na sua opinião, os prefeitos não precisam adotar o ‘lockdown’ propriamente dito, com o fechamento. Mas podem executar ações pontuais como, a proibição da venda de bebidas alcoólicas em qualquer estabelecimento comercial nesses próximos 15 dias. “No entanto, sabemos que tem prefeito que, não tem outra alternativa a ser adotar a quarentena de imediato, como Cáceres, que enfrenta uma situação extremamente delicada, com as suas unidades de saúde colapsadas e com um grande número de contaminados e de óbitos”, exemplificou.

O presidente da AMM chama a atenção para o fato de que as pessoas compram bebidas e fazem festas, seja em casa, nas chácaras, beira de rios e outros lugares. Ele recomenda aos gestores que o ideal agora, seria proibir a realização de festas de qualquer natureza, mesmo que seja familiar.

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Segundo ele, terminam se aglomerando, pessoas que vivem em bairros diferentes, trabalham e convivem com outras pessoas fora do ciclo da familiar. Fraga defende, para que essas medidas surtam resultados, torna imperiosa uma fiscalização ostensiva, envolvendo as polícias militares e civil, polícia rodoviária federal e as forças armadas através das suas unidades com sede no estado, Procon estadual e municipal juntos com a vigilância sanitária dos municípios.

Ele alerta que nesse momento é preciso frear o crescimento assustador do número de pessoas contaminadas e de óbitos, além da alta taxa de ocupações dos leitos das Unidades de Terapia Intensiva. “Hoje temos um fila de quase 200 pessoas, aguardando por um leito de UTI, ou mesmo leito de enfermaria. Diariamente, são registrados casos de pessoas que estão morrendo por falta de um atendimento adequado, provocado pelo colapso da rede hospitalar” disse.

Fraga pontua ainda que os líderes religiosos devem evitar nesse momento, a realização de cultos, missas e outros eventos de forma presencial. “Podem usar outros mecanismos, como por exemplo: as videoconferências, lives e outras ferramentas tecnológicas, que vem sendo utilizadas com frequência nesse período da pandemia. Medidas que tanto o setor econômico como os órgãos públicos devam seguir para evitar as aglomerações, mesmo que estejam adotando as medidas de biossegurança em eventos ou nos locais de trabalho”, assinalou.

Na avaliação do presidente da AMM, nenhuma das medidas que estão sendo implementadas pelas prefeituras, terão os efeitos desejados, se não houver a participação e a colaboração das pessoas, dos empresários e de outros segmentos que compõem a sociedade. A população de uma forma em geral e, principalmente os empresários que pressionam os prefeitos para não fecharem o comércio e outras atividades, exceto as essências, nesse momento, devem fazer um esforço em conjunto com o poder público local, no sentido de conscientizar ou até mesmo ajudar a fiscalizar e fazer valer as medidas de biossegurança, pela população.

Ele frisa também que o exemplo tem que vir de casa, inclusive na orientação dos colaboradores e familiares. “Se vocês não querem que seja adotado o ‘lockdown’, então ajude o seu município a não entrar ou permanecer na tabela de classificação de risco muito alto, pois se assim persistir, será inevitável” alertou.

Nesse sentido a AMM tem encaminhado para as prefeituras uma série de recomendações, com um rol de medidas de biossegurança, que se cumpridas pela população, diminuirá significativamente a contaminação do vírus em todo o estado. “Enquanto não tivermos uma vacinação em massa da população, teremos que seguir rigorosamente as recomendações sanitárias e de distanciamento social, emitidas pelos órgãos, como a Organização Mundial da Saúde-OMS, Ministério da Saúde, Secretaria de Estadual de Saúde, e pelas Secretarias de Saúde dos municípios”, finalizou.

Fonte: Folhamax