Juntos com Dr. Adilson, prefeito de Barra do Garças, deputados de MT dizem “não” ao “superferiado”

A Assembleia Legislativa MT recusou a proposta de criação do ‘superferiado’ de 10 dias feita pelo governador Mauro Mendes (DEM) para conter o avanço da pandemia de covid-19 em Mato Grosso. A sessão realizada nesta terça-feira (23) durou mais de cinco horas e terminou com a decisão pelo arquivamento do projeto.

A derrota já era prevista pelo líder do governo na Assembleia, Dilmar Dal’Bosco (DEM), que também votou contra a matéria, sob o argumento de que é preciso ter equilíbrio entre as medidas sanitárias e econômicas para conter a pandemia.

“Não que os deputados entendam que está indo tudo bem, nada disso. Nós sabemos que o quadro é dramático, o crescimento exponencial assusta. […]

Dissemos não ao feriadão, mas continuamos abertos, em busca de um caminho seguro que reduza essa mortandade e nos dê uma luz no fim do túnel, para a gente sair dessa pandemia”, avaliou o deputado Wilson Santos (PSDB).

Apenas o deputado Lúdio Cabral (PT), que também é médico sanitarista, votou a favor da proposta do governo. Contudo, ele destacou que Mato Grosso precisa entrar em quarentena obrigatória urgentemente para conter o crescimento acelerado de casos e mortes em decorrência do novo coronavírus.

“Com base na situação sanitária, deve decretar quarentena no território de Mato Grosso, e utilizar para isso um decreto dele mesmo, de junho do ano passado, que estabelece as medidas de restrição de acordo com a classificação de risco. […] Eu espero, sinceramente, que o governador tome essa decisão, tenha a coragem de tomar essa decisão imediatamente”, disse Lúdio.

A proposta do governo previa o adiantamento de cinco feriados estaduais para criar um ‘superferiado’ entre esta sexta-feira (26) e o próximo domingo, dia 4 de abril. A medida era vista pelo governo como uma forma de evitar um lockdown, pois permitiria que o comércio ‘recuperasse o tempo perdido’ à época dos feriados adiantados.

A matéria foi rejeitada ainda na tramitação pela Comissão de Trabalho e Administração Pública da Assembleia. O relator do projeto, Sebastião Rezende (PSC), afirmou que a antecipação dos feriados criaria mais problemas para o estado, além de trazer prejuízo aos empresários. O parecer foi acatado de forma unânime pela comissão.

Durante a sessão, os parlamentares destacaram ainda que a criação do ‘superferiado’ poderia estimular a formação de aglomerações em cidades próximas à capital, como já foi visto em outros feriadões no ano passado.

Mato Grosso vive hoje o pior momento da pandemia, com os hospitais lotados e fila por um leito de UTI. Já há relatos de pacientes morrendo enquanto aguardam por uma vaga na terapia intensiva. Nesta segunda-feira (22), o estado bateu recorde de mortes na pandemia, com 125 mortes em 24 horas.

Estadão MT – Gabriel Soares e Jefferson Oliveira