Registro de mortes por policiais aumenta em 83% em Mato Grosso
Mato Grosso é um dos estados que registrou maior aumento de mortes causadas por policiais no país. De acordo com levantamento do Monitor da Violência sobre letalidade e vitimização policiais, a morte por agentes do estado cresceu 83% no ano passado.
Conforme os dados, 63 pessoas foram mortas por policiais no território mato-grossense em 2019. Já em 2020, este número saltou para 115, representando um crescimento de 83%. Este também é o ano mais violento de Mato Grosso. A taxa de mortalidade fica em 3,3%, levando em consideração a população de 3.526.220.
Em 2015, 8 pessoas morreram por intervenção de agentes do estado. Já em 2016, o número subiu para 15, enquanto 2017 registrou mais 24 mortes. Por fim, em 2018, mais 70 pessoas perderam a vida.
Em relação a números, Mato Grosso perde só para o Pará, com taxa de 5,5 de mortalidade; Amapá, com 12,8; Rio Grande do Norte, com 4,1; Sergipe, com 8,5; Bahia, 7,6; e Rio de Janeiro, com 7,1.
Segundo levantamento feito pelo em novembro do ano passado, as características em comum entre as vítimas estão as várias passagens criminais e o fato de que todos eram do sexo masculino.
As mortes foram registradas em Cuiabá, Várzea Grande, Sinop, Tangará da Serra, Peixoto de Azevedo, Nova Maringá e Cáceres.
Os casos
No dia 29 de julho, 6 homens estavam em dois carros – um deles blindado – que foi perfurado com tiros de fuzil em uma área de mata, no bairro Itamaraty. Segundo o Bope, a quadrilha planejava assaltos de grandes valores e era monitorado desde a noite anterior.
Na mesma noite, um homem foi morto pelos policiais da Força Tática em Sinop após fugir de uma abordagem e pular uma cerca. Ele usava tornozeleira eletrônica e já tinha passagens por roubo, tráfico, organização criminosa e receptação.
Uma semana antes, no noite de 22 de julho, uma abordagem da Polícia Militar no bairro São Mateus, em Várzea Grande, terminou com um homem morto. Ele fugiu em alta velocidade e foi parado a tiros, sendo levado para o Pronto-Socorro de Várzea Grande onde acabou falecendo.
Em 19 de julho, a vítima foi Paulo Henrique Rodrigues Costa mais conhecido como “Pateta”, que tinha 19 passagens criminais e fugiu de uma batida policial em uma festa clandestina no bairro Tropical Valle, em Cuiabá.
No começo do mês, o Grupo Especial de Fronteira (Gefron) matou 3 suspeitos, nos dias 4 e 6 de julho em Cáceres. Na noite de 4 de julho dois homens foram atingidos por tiros ao tentar atravessar uma carga de cocaína avaliada em R$ 1 milhão. A terceira morte aconteceu em um assentamento rural, também em uma tentativa de transportar droga pelo meio do mato.
Em 2 julho dois assaltantes foram mortos após cometerem um latrocínio em São José do Rio Claro (313 km a médio-norte). Eles foram encontrados no Distrito de Brianorte, onde acabaram morrendo após confronto com a Polícia Militar.
No mesmo dia, um policial militar matou dois homens que assaltavam uma lanchonete no Distrito de União do Sul, em Peixoto de Azevedo (691 km ao norte da Capital). Ele passava pelo local quando percebeu que os clientes do estabelecimento foram rendidos e após eles não se renderem, atirou nos homens.
Já em 1º de julho a ação da Ronda Ostensiva Tática Móvel (Rotam) terminou com 5 mortos na estrada de acesso ao lago de Manso. Eles tinham extensa ficha criminal e reagiram à abordagem dos policiais.
Fonte: Gazeta Digital