Prontuário médico diz que mulher ingeriu anticoagulante antes de morrer; suspeita de erro em laboratório
Jornal Cidade MT
Um prontuário médico divulgado nesta quarta-feira, 21, aponta que Eva Correia de Souza, ex-candidata a vereadora por Vila Rica (a 762 km de Barra do Garças, no Vale do Araguaia), ingeriu um produto anticoagulante antes de falecer.
O produto teria sido dado para a vítima no lugar de uma solução de glicose diluída em água, durante a realização de um exame no laboratório Citocenter. O caso aconteceu no último sábado, (17) e segue sendo investigado pela Polícia Judiciária Civil.
Segundo o prontuário, Eva Correia não apresentava qualquer tipo de alergia capaz de desencadear em uma forte intoxicação. O documento atesta ainda que o produto ingerido por ela se trata de um anticoagulante chamado Glistab, utilizado na testagem sanguínea para preservação da glicose. A suspeita do filho de Eva, Gleidson Luiz, é que a mãe tenha morrido após erro do laboratório ao dar a substância errada para a paciente.
De acordo com a ficha técnica do produto, a ingestão é expressamente proibida pelo alto potencial nocivo do produto para o corpo. No texto, desenvolvido pelo laboratório Labtest, uma das empresas fabricantes da substância, caso a ingestão ocorra e a pessoa ainda esteja consciente, é indicado a indução do vômito e a busca por atendimento médico.
Ainda de acordo com o prontuário, Eva deu entrada no hospital com um quadro de ansiedade e vomitando um líquido azulado. A cor do líquido expelido pela vítima é a mesma da substância indicada no prontuário, que é vendida diretamente para os laboratórios que trabalham com exames que envolvem a testagem da glicose.
No prontuário é relatado ainda que a vítima chegou a ingerir metade do produto e por isso apresentou uma forte reação. Além do vômito e da crise de ansiedade, Eva também teve uma crise convulsiva e chegou a ser encaminhada para a sala de emergência. Foram feitas diversas ações para resguardar a vida da ex-candidata, mas após uma parada cardíaca, acabou falecendo.
Segundo o filho da vítima, o laboratório Citocenter não esclareceu os fatos desde o último sábado (17), quando o óbito foi confirmado. Para Gleidson, sua mãe foi vítima de uma ação irresponsável protagonizada pelo estabelecimento.
“A palavra que eu tenho para resumir isso é irresponsabilidade. O que a gente busca hoje é justiça. Estamos sentindo muita angústia, não queremos que outras pessoas sintam o que estamos sentindo hoje, nunca passei por nada parecido e é uma dor muito grande”, disse.
O rapaz contou ainda que a mãe havia se recuperado de um quadro de Covid-19 há pouco mais de dois meses e estava feliz com a construção da casa nova. “Minha mãe estava em um momento de felicidade, ela ligava para a gente e falava como ela estava. Ela fala, “Gleidson eu estou bem, tô muito feliz que vou construir a minha casa, do jeito que eu queria, do jeito que eu sempre sonhei’”, revelou.
Ainda durante a conversa, Gleidson relatou que a mãe nunca teve nenhum tipo de reação alérgica e no momento em que foi oferecida a substância, Eva chegou a alertar a atendente que aquele não era “o medicamento correto”. “Minha mãe ainda contou para o meu pai que alertou para a mulher que ia dar o medicamento de que aquele não era o frasco do medicamento que ela deveria ingerir. Quando meu pai chegou desesperado atrás dela, ela disse para ele que deram o remédio errado”, relatou.
Em um áudio enviado pela vítima para o marido, horas antes do quadro se agravar, Eva relata que haviam dado um medicamento errado para ela tomar e que estava se sentindo muito mal. “O laboratório me deu o remédio errado, estou passando mal. Eu quase morri aqui, vem aqui vocês, vem logo”, disse Eva horas antes de falecer.
Agencia da Noticia.