Vereador e ex-deputado sacode controlador pelo “colarinho” e troca ameaças com colegas; o caso deu BO

Jornal Cidade MT

Os ânimos dos vereadores de Primavera do Leste (285 km de Barra do Garças), se alteraram em sessão ordinária na Câmara Municipal desta semana. O centro da disputa, a famigerada verba indenizatória (VI); um valor pago aos parlamentares para ressarcir despesas com o mandato, como viagens, estadias em hotéis, alimentação etc.

A “rusga” começou com uma suposta agressão do vereador e ex-deputado estadual, Luizinho Magalhães (PP), contra um servidor da Câmara que estaria exigindo a comprovação de gastos da VI realizados pelos membros do parlamento municipal.

Um boletim de ocorrência lavrado pelo controlador interno Woxiton Vilas Boas de Lima aponta que ele foi “pego e sacudido pelo colarinho” por Luizinho Magalhães.

Em sessão ordinária de 9 de agosto de 2021, o vereador reclamou que Woxinton estaria colocando restrições na prestação de contas dos vereadores que utilizam a VI num comportamento que, segundo ele, não era “comum” nas legislaturas anteriores da Câmara Municipal. Cada um dos membros da Casa de Leis tem salário de R$ 6,5 mil, além de uma VI de R$ 5 mil para ressarcimento das despesas com o mandato.

Luizinho Magalhães ameaçou o servidor da Câmara de Primavera do Leste durante fala na tribuna. “Essa Casa ultimamente, tem algumas pessoas que se acham donas da verdade e talvez donos dos nossos mandatos. O que era feito na legislatura passada não está sendo feito nessa legislatura. O mesmo peso da legislatura passada não é nessa”, disse o vereador, ao acrescentar que “ele comprou uma briga com alguém que não corre de briga. Sou bom de briga e sei jogar com a plateia também na hora que precisar. Vou cobrar punição desse servidor aqui nessa Casa. Além disso, eu vou na Polícia. O senhor como presidente não pode permitir que isso aconteça daqui para frente com ninguém. Esse servidor tem que ir para o lugar dele presidente, ficar no cantinho dele”, vociferou Luizinho Magalhães, que ainda exigiu que o presidente da Câmara instaurasse um processo administrativo disciplinar (PAD) contra o servidor

Após a fala de Luizinho, o presidente da Câmara de Primavera do Leste, Manoel Despachante (MDB) – um dos dois parlamentares da Casa que abre mão da VI -, respondeu ao colega que se acha “injustiçado” por ter de comprovar gastos com dinheiro público. “Eu iria fazer o uso da palavra, mas como o senhor deixou o Plenário falando na palavra ‘correr’, eu estou aqui para lhe responder. Aqui ninguém está para correr de ninguém, vereador Luiz Magalhães. Aqui, o que for dentro da Legislação, será feito, e não será feito aos atropelos também”, começou Manoel Despachante.

Em seguida, ele faz um comentário que pode remeter ao episódio da ameaça ao controlador interno da Câmara. “Respeito como vereador, como o senhor tem me respeitado. Mas o atropelo não será feito. A gente precisa fazer dentro da regra, porque fora da regra o senhor já deu ganho de causa a quem esta digladiando com o senhor. Correto? Compreendido? Muito obrigado”, encerrou o presidente da Câmara.

No mês de junho de 2021, o controlador interno da Casa de Leis de Primavera do Leste oficiou 15 vereadores exigindo que eles apresentem “relatórios reais” de gastos com a verba indenizatória. Segundo ele, os membros da Câmara estariam justificando a utilização dos recursos de forma “padronizada”, “copiando um do outro” o motivo do emprego da verba.

Folha Max