Marido e religiosos são acusados de matarem mulher durante ritual

Jornal Cidade MT

 

Foram denunciados pelo assassinato de Indiana Geraldo Tardett, o marido Cláudio Valadares dos Santos e os religiosos Márcio Andrade dos Santos, o Pai Baiano, e Jucilene Batista Rodrigues, apontados como executores do crime sob encomenda do marido da vítima. Cláudio vai responder por feminicídio qualificado e os executores por homicídio. Eles estão presos provisoriamente.

A denúncia foi apresentada pela 2ª Promotoria de Justiça Criminal de Lucas do Rio Verde (838 km de Barra do Garças). O trio ainda responderá por fraude processual. Eles alteraram a cena do crime para forjar um suposto suicídio, em julho deste ano.

Cláudio e Indiana mantinham união estável desde 2016 e eram sócios em uma empresa no ramo de manutenção de aeronaves, em que ela era responsável pela parte financeira/gerencial e ele pela parte operacional.

Segundo o Ministério Público, eles estavam se separando de relacionamento conturbado, marcado por brigas devido a traições. Cláudio não queria dividir os bens do casal e se considerava o único proprietário da empresa regida por ambos, o seria a motivação do crime, uma vez que ele teria a intenção de se livrar da mulher.

Foi quando procurou o sacerdote de candomblé Márcio, conhecido como “Pai Baiano” e já conhecia o casal para quem prestava auxílio espiritual. O marido teria contato o relacionamento estava insustentável e que não só era preciso “desamarrar a relação”, mas sim “colocar Indiana no caldeirão do satanás”.

O Pai Baiano pediu auxílio a Jucilene, que também trabalhava com rituais de candomblé, para executar o crime. Ambos foram até a casa da vítima entre os dias 30 e 31 de maio deste ano, a convenceram de que a visita seria para fazer um ritual que ajudaria a reatar o relacionamento com o marido.

“Já no interior do imóvel, os denunciados Márcio e Jucilene, visando ocultar o propósito homicida, iniciaram a dissimulação de um ritual, orientando que a vítima permanecesse de joelhos, em cima de um lençol branco, em um dos quartos da residência, enquanto os dois iniciavam, fraudulentamente, o processo ritualístico”, narra a denúncia.

Segundo o MP, foi nesse momento que Márcio desferiu o primeiro golpe na cabeça da vítima, com um facão artesanal de aproximadamente 1,1 kg, deixando-a desacordada para depois golpear a lateral direita do pescoço e próximo ao punho direito, “extravasando intensa crueldade”.

“Em seguida, visando impossibilitar a correta aplicação da lei, notadamente para em um primeiro momento ludibriar os peritos criminais e, consequentemente, o juiz criminal competente para análise do caso, os denunciados Márcio e Jucilene, com a ciência do mandante do delito, modificaram o lugar do crime, cobrindo a vítima com um cobertor branco, além de deixar o facão na mão direita da ofendida, tentando simular a ocorrência de um suicídio para se eximirem de responsabilidade criminal, bem como para que não fosse descortinada a autoria do denunciado Cláudio como sendo – como de fato foi – o mandante intelectual do crime”, conforme narrado na denúncia. (Com Assessoria do MP).

 

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